Jovem do Distrito Federal representa o Brasil em reunião da ONU sobre drogas

 

Uma jovem tímida, de sorriso largo, que vive em uma das regiões mais vulneráveis do Distrito Federal (DF), vai representar o Brasil na 55ª Comissão sobre Narcóticos e Drogas das Nações Unidas, em Viena, na Áustria. Ruth Itunu Adewonuola, de 18 anos, moradora da Ceilândia, foi escolhida como um dos sete embaixadores da juventude da Organização das Nações Unidas (ONU).

Durante o encontro, os embaixadores vão trocar informações, experiências e visões sobre a situação do uso de drogas em seus países e da prevenção e do tratamento oferecido aos usuários de drogas nas suas comunidades. Essa é a primeira vez que jovens participam de evento paralelo à reunião da comissão, que ocorre de 12 a 16 de março. A representante do Brasil embarcou no sabado para Viena.

Nascida em 1993, em Abuja, na Nigéria, Ruth chegou ao Brasil com os pais quando tinha 3 anos. A jovem estudou em escola pública, fala português, inglês e francês. Ela terminou o ensino médio no ano passado e está se preparando para prestar o vestibular. Sonha em cursar direito na Universidade de Brasília (UnB). “Vou fazer direito e mestrado em relações internacionais. Quero trabalhar com direito internacional. Tenho certeza que participar desse evento vai me abrir muitas portas”.

Os critérios para poder participar da seleção da ONU são a participação em oficinas de projetos sociais e a fluência em inglês. Ruth, que também tem cidadania brasileira, começou a participar do Programa Jovem de Expressão, na Ceilândia, há cerca de um ano. O grupo tem como objetivo reduzir a exposição pública de jovens entre 18 e 24 anos à violência por meio de atividades culturais. Mais de mil jovens já passaram pelo projeto, que existe há cinco anos. No grupo, Ruth participa de oficinas de break (dança da cultura hip hop) e hip hop.

Alguns meses após ser inscrita pela coordenação do Jovem de Expressão na seleção da ONU, um representante do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) entrou em contato com informando que ela tinha sido escolhida para representar o Brasil. “Para mim é uma honra. Até agora não acredito que, logo eu, sendo moradora da Ceilândia, consegui uma oportunidade dessas”.

Ao ser questionada sobre o seu discurso, Ruth disse que vai tentar transmitir aos outros embaixadores tudo o que aprendeu e debateu dentro do programa Jovem de Expressão. Segundo ela, na Ceilândia, muitas pessoas começam a usar drogas por volta dos 10 anos, por causa de más influências dos amigos e de parentes. “Na Ceilândia drogas são muito baratas e de fácil acesso. Vou representar o Brasil para compartilhar os meus conhecimentos e debater com outros jovens as soluções que diminuam e até mesmo acabem com o tráfico de entorpecentes”.

Além do Brasil, jovens do Peru, de Quênia, Uganda, da Tailândia, do Paquistão e da Sérvia também estarão presentes, acompanhados de instrutores dos programas locais dos quais participam. De acordo com a ONU, o evento servirá para fortalecer uma rede de troca de experiências entre jovens. A expectativa é que estes embaixadores da juventude sejam capazes de liderar e mobilizar seus pares em ações sobre drogas voltadas para a juventude.

 

 

 

 

Fonte: Correio do Brasil 

+ sobre o tema

Mulheres em cargos de liderança ganham 78% do salário dos homens na mesma função

As mulheres ainda são minoria nos cargos de liderança...

‘O 25 de abril começou em África’

No cinquentenário da Revolução dos Cravos, é importante destacar as...

Fome extrema aumenta, e mundo fracassa em erradicar crise até 2030

Com 281,6 milhões de pessoas sobrevivendo em uma situação...

para lembrar

Somos Todos Racistas

    Ao que parece, dia 27 de...

Obama busca voto de eleitores jovens em viagem por estados decisivos

Por: France Presse   Boulder - O presidente americano, Barack Obama,...

De pegada carbônica, filosofia slow food e ecogastronomia

Há muita gente insatisfeita com o tipo de vida...

Leia posicionamentos d@s Candidat@s sobre os temas de interesse do Portal Geledés

{jathumbnail off} TEMAS DO PORTAL GELEDÉS ...

Presidente de Portugal diz que país tem que ‘pagar custos’ de escravidão e crimes coloniais

O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, disse na terça-feira que Portugal foi responsável por crimes cometidos durante a escravidão transatlântica e a era...

O futuro de Brasília: ministra Vera Lúcia luta por uma capital mais inclusiva

Segunda mulher negra a ser empossada como ministra na história do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a advogada Vera Lúcia Santana Araújo, 64 anos, é...

Desigualdade ambiental em São Paulo: direito ao verde não é para todos

O novo Mapa da Desigualdade de São Paulo faz um levantamento da cobertura vegetal na maior metrópole do Brasil e revela os contrastes entre...
-+=