A 27 de janeiro, o Mundo assinala pela sétima vez consecutiva o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto. A data foi marcada em 2005 pela Assembleia-Geral da ONU: naquele dia em 1945 as tropas soviéticas libertaram os prisioneiros do campo de concentração Auschwitz, localizado no sul da Polónia, símbolo do Holocausto perpetrado pelo nazismo.
Na véspera do dia da memória, a revista alemã Stern efetuou uma pesquisa, para esclarecer o que os alemães de hoje sabem sobre o Holocausto. Segundo os resultados da investigação, um em cada cinco habitantes da Alemanha na idade de 18 a 30 anos não conhece nada sobre o Auschwitz. Um em cada três não conhece que o campo de concentração se encontra na Polónia. Entretanto, 95% dos inquiridos de geração mais velha conhecem sobre a existência do Auschwitz. Por outro lado, 43% reconheceram que nunca visitaram memoriais no local de campos de concentração antigos.
Entretanto, a maioria dos inquiridos dão-se conta da importância e da atualidade do problema. Enquanto no decorrer da semelhante pesquisa em 1994, 53% dos alemães consideravam que o tema do Holocausto devia ser encerrado, hoje apenas 40% dos entrevistados têm este ponto de vista. Ao mesmo tempo, apenas um terço dos respondentes consideram que os alemães devem assumir responsabilidade especial perante os outros povos pelo passado nazista.
Mais uma edição alemã, o jornal Die Welt publicou esta semana os resultados de uma semelhante pesquisa sociológica. A investigação efetuada por iniciativa do Governo mostra que 20% têm uma tendência latente ao antissemitismo: 39,5% dos respondentes consideram que “muitos judeus tentam tirar lucros do passado nazista da Alemanha”.Um em cada seis participantes da pesquisa reconheceu que judeus na Alemanha têm uma influência demasiado grande. Aproximadamente o mesmo número de pessoas consideram que a política externa bastante agressiva de Israel poderia influir na atitude negativa para com os judeus.
Ao mesmo tempo, as autoridades da Alemanha controlam rigorosamente a atividade de neonazistas. Assim, neste mês, o Governo alemão decidiu introduzir na base de dados cerca de 10000 nacionalistas de ultradireita, para prevenir crimes étnicos e facilitar a investigação dos casos penais já existentes. O Governo federal tomou esta decisão após a notícia sobre o assassinato de nove emigrantes por membros de um grupo extremista.
Às vezes, as medidas de contraoposição aos neonazistas são limitadas pela censura. Um editor britânico, Peter Magky, pretendia publicar no semanário que edita na Alemanha excertos do livro de Adolf Hitler Mein Kampf. Nas palavras do britânico, tal daria à opinião pública a possibilidade de estudar criticamente o texto do livro. Mas o Tribunal regional de Munique proibiu a publicação, referindo como causa formal não a censura, mas a lei sobre a violação dos direitos de autor ao livro, que até 2015 (70 anos da morte de Hitler) pertencem às autoridades da Baviera. Teoricamente, o editor pode publicar o livro dentro de três anos sem pedir a autorização do Estado.
Fonte: Portugueses