Lançamento de candidatura de Serra agora terá discurso de FHC

Estratégia é comparar tucano e Itamar a Collor e Sarney, que apoiam Dilma


Depois de muita controvérsia, o PSDB decidiu escalar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como um dos oradores da cerimônia de lançamento da candidatura Serra, no próximo sábado, em Brasília. Convidado em nome do PPS, o ex-presidente Itamar Franco também terá vez, caso confirme que estará presente.

Convencido de que já tem sua imagem associada à de FHC, o tucanato tenta sair da defensiva e acuar a petista Dilma Rousseff. Disposto a investir no discurso ético contra o PT, o PSDB vai comparar FHC e Itamar aos dois ex-presidentes que integram a aliança de apoio a Dilma, Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e José Sarney (PMDB-AC).

Apoiada por integrantes do comando da campanha de Serra, a estratégia parte da constatação de que a associação é inevitável. Venceu o argumento de que a ausência, ou silêncio, de FHC dominaria os jornais caso ele não se manifestasse no evento. Além disso, a intenção é mostrar que o PSDB usará os exemplos de Collor e Sarney se o PT concentrar a disputa na comparação entre Lula e FHC.

O ex-governador de Minas e vice dos sonhos de Serra, Aécio Neves, também deverá discursar durante o lançamento.
Os presidentes do PSDB, Sérgio Guerra (PE), do DEM, Rodrigo Maia (RJ) e do PPS, Roberto Freire (PE), falarão para uma plateia de cerca de 2500 militantes. A ideia é que uma mulher também discurse.

Serra não deverá presenciar os discursos. Para que a cerimônia não se alongue, e ocorra a tempo de ocupar espaço robusto no domingo, a intenção é que chegue ao auditório somente minutos antes de seu próprio discurso, recebendo cumprimentos apenas depois.

Na semana passada, a participação de FHC foi objeto de polêmica. Enquanto alguns tucanos sugeriam que ele nem sequer fosse à cerimônia, outros insistiam na avaliação de que o tucanato errou ao não apoiar o legado de seu ex-presidente.
Contrariado com a exposição do debate, FHC chegou a afirmar que Serra teria de defender seu governo, do qual foi duas vezes ministro. (CATIA SEABRA)

 

 

Fonte: Folha de S.Paulo

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