Por: Madeleyne Machado
Parceria entre Criança, Igualdade Racial e Unicef contra o racismo no DF
As Secretarias da Criança e a de Promoção da Igualdade Racial (Sepir), em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), vai lançar, na terça-feira (26), a campanha de combate ao racismo na infância. “Por uma infância sem racismo” é o título da campanha conjunta das Secretarias da Criança (Secriança) e da Promoção da Igualdade Racial (Sepir), em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), para conscientizar a população da capital do País dos efeitos negativos que o racismo pode causar na infância.
O lançamento da campanha vai ocorrer no Auditório Dois Candangos, no Campus Universitário Darcy Ribeiro, Faculdade de Educação (FS), às 14h. Na ocasião, haverá assinatura do Protocolo de Intenções pelos seguintes órgãos, a saber: Secretarias da Criança, de Promoção e Igualdade Racial, de Educação, de Saúde, de Cultura, de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda, da Mulher, de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, e a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) e Unicef.
A campanha é nacional e conta, agora, com a assinatura do protocolo, com a adesão do GDF por meio das duas secretarias. Ela enfoca o impacto do racismo sobre a infância e também a necessidade de quebrar o vínculo vicioso do racismo para valorizar a diversidade étnico-racial, bem como fomentar a criação e garantir o fortalecimento de políticas públicas que promovam iniciativas de redução das disparidades existentes.
Dados e estudos sobre racismo no DF
Um estudo realizado pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), que usou como referência os dados do Censo Demográfico 2010, do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e do Dados do Sistema Único de Saúde (DataSus), revela que a situação da população negra do DF é a que enfrenta maior dificuldade para ingressar nos primeiros anos de estudo.
EDUCAÇÃO: A maior dificuldade de acesso da população negra à educação está nos primeiros anos de estudo, quando a diferença fica em torno de 5% em relação a população não negra que é de 0 à 3 anos e 4 à 5 anos. Já um levantamento feito por grupo de idade e sexo, os negros de 4 e 5 anos são os que apresentam maior dificuldade de acesso a escola em relação a população não negra que representa 8%.
GRAVIDEZ PRECOCE: Na gravidez precoce há relevante diferença entre o número total de crianças nascidas de mães negras (23.841) e de mães não negras (10.740). O grupo de 15 a 19 anos é responsável por mais de 15% do total de nascidos vivos de mulheres negras. Na mortalidade infantil (até 01 ano) entre crianças não negras é maior que o dobro da de crianças negras.
ÓBITOS: Não há diferença entre negros e não negros quando considerados os óbitos de crianças de 1 a 4 anos. Em relação a óbitos de crianças e adolescentes por causas externas de pessoas de 10 a 19 anos residentes no Distrito Federal, as causas externas são compostas por acidentes e violência. A população negra jovem é muito mais vulnerável a esse tipo de óbito do que a população não negra.
Os dados mencionados são considerados durante a elaboração de políticas públicas para crianças e adolescentes. O ação das Secretarias da Criança e da Promoção da Igualdade Racial dentro da campanha “Por uma infância sem racismo” será por meio do estabelecimento de metas e ações com prazos definidos que vão contribuir direta ou indiretamente para a redução da incidência do racismo na infância.
Estudos realizados na área da educação infantil revelam que, na infância, a criança percebe diferenças na aparência das pessoas, como, por exemplo, a cor da pele, e que há uma dificuldade na aceitação dessas diferenças. Daí a responsabilidade dos adultos que devem evitar explicações e orientações preconceituosas.
Fonte: Seppir