Laudo final diz que projétil que atingiu perna de Maria Eduarda foi disparado por cabo da PM

Laudo final diz que projétil que atingiu perna de Maria Eduarda foi disparado por cabo da PM

Do G 1

O laudo final do confronto balístico entre as armas dos policiais militares e suspeitos envolvidos no confronto em Acari, Zona Norte do Rio, já está na Divisão de Homicídios. A GloboNews apurou que o projétil retirado da coxa da estudante Maria Eduarda, de 13 anos, foi disparado pela arma que estava com o cabo Fábio de Barros Dias.

Os quatro fragmentos retirados da cabeça da menina, que causaram sua morte, não puderam ser identificados porque eram muito pequenos.

A arma é um fuzil belga modelo fal, calibre 7.62, numeração 123764. O laudo foi finalizado nesta sexta-feira (7), foram examinados dois fuzis dos PMs e um ak47 que estava com um suspeito morto.

Os PMs continuam presos e foram indiciados por homicídio qualificado na execução dos suspeitos.

PMs flagrados em execução são indiciados por homicídio doloso

O cabo Fábio de Barros Dias, de 37 anos, e o sargento David Gomes Centeno, de 38 anos, foram indiciados por homicídio doloso, com intenção de matar, pela execução de dois criminosos em Acari, na Zona Norte do Rio. O caso foi flagrado, em vídeo, na quinta-feira (30). O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público estadual.

Um dos policiais que estavam na região em combate a criminosos é autor de um dos disparos que atingiram a jovem Maria Eduarda, de 13 anos, morta dentro da Escola Daniel Piza, no mesmo dia 30 de abril, de acordo com a Globonews. Segundo o confronto balístico preliminar, ao menos um dos quatro tiros saiu da arma de um PM.

Laudo elaborado pela perícia da Polícia Civil mostra que o local onde estavam os corpos de dois criminosos e da menina Maria Eduarda da Conceição não foi preservado. A Delegacia de Homicídios dividiu a investigação: há um inquérito que trata da morte dos criminosos Alexandre dos Santos Albuquerque, de 38 anos, e de Julio Cesar Ferreira de Jesus, de 33 anos, e foi filmada em vídeo divulgado nas redes sociais; e uma outra investigação que trata apenas da morte da estudante.

O caso da dupla de traficantes do Morro da Pedreira foi encaminhado pelo delegado Bruno Carnevalle ao Ministério Público. Já a investigação sobre a morte de Maria Eduarda ainda está em apuração. A investigação da execução começou após a divulgação de um vídeo que mostra os dois policiais retirando as armas dos bandidos feridos, no chão. Em seguida, sem risco aparente, eles atiram nos homens caídos e matam.

Os PMs foram presos em flagrante na sexta-feira (31) após prestarem depoimento na Divisão de Homicídios e continuam presos. Na semana passada, o Ministério Público do Rio anunciou que acompanhava 16 inquéritos em que esses policiais são investigados por autos de resistência.

São 11 inquéritos em nome do cabo Fábio e cinco em nome de Centeno. A polícia agora segue nas investigações sobre a morte Maria Eduarda. A reconstituição do caso e novos depoimentos dos PMs estão previsto para a semana que vem.

Na quinta-feira (30), ao chegarem ao local, de acordo com o laudo da perícia, os corpos dos traficantes Alexandre e Julio Cesar estava cercado por moradores que receberam os policiais da DH com fogos de artifício e atirando garrafas. Próximo ao local onde a dupla estava caída há uma boca-de-fumo.

Ao entrar na Escola Municipal Escritor Daniel Piza, os policiais encontraram o corpo de Maria Eduarda. O documento que consta do inquérito explica que o cadáver da adolescente teve a posição modificada. Não explicando como isso teria se dado.

No laudo, é possível ver uma linha laranja que demarca a provável posição dos atiradores, num trecho da avenida Prefeito Sá lessa, a cerca de 80 metros da escola.

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