Lei inclui ‘Afoxé Omo Oxum’ no calendário cultural de Sergipe

O ano de 2011 começou a todo vapor para a cultura do Estado. O governador Marcelo Déda sancionou a lei que inclui o ‘Afoxé Omo Oxum’ no calendário cultural de Sergipe. A iniciativa de incluir o evento no calendário cultural do Estado partiu da deputada estadual Ana Lúcia, e teve o apoio da secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino.

O Afoxé, como é conhecido, é uma manifestação cultural composta por pessoas que fazem parte do segmento afro-descendente e acontece no dia 8 de dezembro, em louvor a Oxum, Orixá das águas doces cultuada pelas religiões de matriz africana. No Brasil, Oxum é adotada e cultuada em todas as religiões afro brasileiras. Em Oxum, os fiéis buscam auxílio para a solução de problemas no amor, uma vez que ela é a responsável pelas uniões, e também na vida financeira, a que se deve sua denominação de Senhora do Ouro.

A secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, comemorou a publicação da Lei e afirmou que esse reconhecimento pelo Governo do Estado já era esperado. “O Afoxé é um evento tradicional e cultural que tem um papel fundamental na luta pela igualdade racial, e isso vai além de uma manifestação de louvor, tem um papel de grande importância social. Desde a época em que fui secretária de comunicação salientei sobre a importância de incluir esse evento no nosso calendário cultural, pois a cada ano aumenta o número de adeptos a essa manifestação, demonstrando que a população sergipana, mesmo que pertençam a outras religiões aprovam e reconhecem o evento como uma manifestação não só cultural, mas com o aspecto e a responsabilidade social de acabar com o preconceito seja racial ou religioso”, constatou.

Um dos objetivos do evento é o de reduzir o preconceito contra as mulheres negras e a religião africana, além de mobilizar a população para a luta pelos direitos femininos e de igualdade racial. Diversos municípios sergipanos apóiam o evento, além de Instituições e ONG’s, que se mobilizam para realizar um grande ato em louvor a oxum, mas principalmente, em prol da igualdade racial e ao reconhecimento e respeito por todas as religiões.

O cortejo que acontece a seis anos consecutivos é organizado pelo terreiro Abaçá São Jorge, e é uma verdadeira celebração à pluralidade e ao sincretismo religioso. De acordo com a Ialorixá do terreiro, Mãe Marizete, reconhecer a celebração a Oxum é uma forma de reconhecer e respeitar o sincretismo religioso que existe no estado. “O evento cresce a cada ano, e as pessoas estão cada vez mais se reconhecendo e respeitando a pluralidade de religiões que existe em Sergipe. É muito gratificante receber a notícia de que agora o evento é reconhecido oficialmente pelo nosso Estado como uma manifestação cultural de suma importância”, disse.

Fonte: Plenário

+ sobre o tema

OAB-BA repudia a infame afirmação de Mauro Ricardo sobre volta do Pelourinho

    Ontem este blogue produziu uma nota registrando a declaração do ex-secretário...

Fertilização ‘in vitro’ com três pais está em debate nos EUA

Os especialistas não vão se manifestar sobre as questões...

Comitê da ONU faz sugestões ao Brasil

Fonte: lista [email protected]       O Comitê de Direitos Econômicos Sociais e...

150 milhões de meninas sofreram agressão sexual no mundo

A saúde e a vida de milhões...

para lembrar

O espaço do negro no centro paulistano, por Vera Lucia Dias

UM ROTEIRO PELA CIDADE DE SÃO PAULO – O...

Reflexão sobre o texto da Afropress e Luiza Bairros por Eduardo Santiago

REFLEXÕES SOBRE O TEXTO INTITULADO: Com avaliação de apagada,...

Cultura afro ganha evidência em Projeto de Ipiaú

Ação vai ensinar entrelace de tecidos para produção de...
spot_imgspot_img

João Cândido e o silêncio da escola

João Cândido, o Almirante Negro, é um herói brasileiro. Nasceu no dia 24 de junho de 1880, Encruzilhada do Sul, Rio Grande do Sul....

Levantamento mostra que menos de 10% dos monumentos no Rio retratam pessoas negras

A escravidão foi abolida há 135 anos, mas seus efeitos ainda podem ser notados em um simples passeio pela cidade. Ajudam a explicar, por...

Racismo ainda marca vida de brasileiros

Uma mãe é questionada por uma criança por ser branca e ter um filho negro. Por conta da cor da pele, um homem foi...
-+=