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    58% dos feminicídios são cometidos por companheiro ou ex, mostra pesquisa

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      Um ano depois, a dúvida é sobre nós

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      Aranha reclama de racismo no futebol: ‘Era trocado pelo concorrente branco’

      Parem de nos matar (Portal Geledés)

      Pela afirmação da vida, pela liberdade e contra a brutalidade policial

      Foto: Pedro Kirilos/Riotur

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      Imagem: Frazer Harrison/Getty Images

      Globo de Ouro 2021: atores lamentam ausência de negros entre jurados

      O coletivo Lótus Feminismo é provavelmente um dos primeiros grupos a discutir feminismo asiático no Brasil (Foto: Reprodução/Instagram)

      Feminismo asiático: mulheres amarelas lutam contra a erotização e o racismo 

      Christian Ribeiro (Foto: Arquivo Pessoal)

      (Para que o absurdo não se torne razão) As vezes é necessário se falar o óbvio: RACISMO REVERSO NÃO EXISTE!

      "Justiça para Daniel Prude": protesto em Rochester em setembro de 2020 (Foto: Reuters/ L. DeDario)

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      Do crente ao ateu, não faltam explicações para o racismo religioso no Brasil

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      FÁBIO VIEIRA/ESPECIAL METRÓPOLES

      Após ser alvo de ataques transfóbicos e racistas, Érika Hilton irá processar 50 pessoas

      A parlamentar Laetitia Avia propôs a nova nova lei, enquanto o primeiro-ministro Jean Castex foi ridicularizado por seu sotaque (GETTY IMAGES)

      Por que a França pode criminalizar a discriminação pelo sotaque

      Adolescente de 16 anos foi espancada pelo pai por ser lésbica, na Bahia — Foto: Divulgação/Polícia Civi

      Adolescente é espancada pelo pai na BA e relata que motivo é ela ser lésbica; avó da vítima denunciou homem à polícia

      (Jonathan Alcorn/AFP/)

      Painel trata combate ao racismo como exercício de cidadania e justiça

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        Imagem 1 – Tear e poesia do fotógrafo Fernando Solidade

        Festival de Imagens Periféricas apresenta a multiplicidade cultural de São Paulo através da fotografia

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        A escritora brasileira Carolina Maria de Jesus durante noite de autógrafos do lançamento de seu livro "Quarto de Despejo", em uma livraria na rua Marconi, em São Paulo (SP). (São Paulo (SP), 09.09.1960. (Foto: Acervo UH/Folhapress)

        Carolina Maria de Jesus ganha título de Doutora Honoris Causa da UFRJ

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              Linchamento

              14/07/2015
              em Em Pauta
              3 min.

              Cumplicidade e assassinato

              Por  Marcia Tiburi Do Revista Cult

              O linchamento é um tipo de violência em cuja base estão tensões sociais profundas que, embora possam explicá-lo, não servem de desculpa. Alguma “desculpa”, no entanto, está sempre no cerne do linchamento. Ela é relativa à ação conjunta na qual todos agem em torno de um curioso acordo acerca da verdade que rege o motivo do linchamento.

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              O ato de linchar é um tipo de violência hedionda. Em primeiro lugar, por sua desproporção. Crime praticado por um grupo contra alguém indefeso, ele põe em jogo o procedimento do “todos contra um”. Em segundo lugar, por sua fatalidade. Escapar de um linchamento só é possível por milagre. No meio do coletivo, não surge quem ouse defender a vítima. Ninguém vai contra a maioria. A ação não admite dúvida nem reflexão. Por isso, quem pode fica quieto.

              Mas como se forma o grupo do linchamento? O que leva alguém a participar do ato? Três elementos combinam-se entre si permitindo a ação. O primeiro e mais fundamental é a anulação da subjetividade: quem participa de um linchamento não é capaz de pensar no que faz; em segundo lugar, a ausência de compaixão, a capacidade humana de se colocar no lugar do outro, de imaginar a dor do outro; e, por fim, o desejo de fazer parte da massa. Um estranho “ter lugar” pode chamar qualquer um a destruir alguém “junto” aos outros.

              Experimentamos isso nas audiências televisivas de reality shows em que o potencial exterminador está em jogo – como nos mostrou Silvia Viana em seu livro Rituais de sacrifício(Boitempo, 2013).

              “Todo preconceituoso é covarde. O ofendido precisa compreender isso”, Mario Sergio Cortella

              A cumplicidade no linchamento

              É preciso colocar a questão do tipo de “comunidade” que lincha. O que alguém está fazendo no ato de linchar é, para ele, mais do que certo. Mas ele, ao mesmo tempo, se ampara no gesto do outro. Há uma covardia de fundo no ato do linchamento que ninguém pode deixar de ver. Que o conjunto esteja fazendo algo, o mesmo que cada um, representa prova suficiente da justificativa do ato para quem dele participa. Perguntar se sua ideia e seu gesto poderiam ser diferentes é impossível para o dono da razão. Não há desconfiança no processo, só há verdade. A consequência é que cada um se sente autorizado a matar. Mas nunca sozinho, sempre com ajuda de alguém.

              A “malta” espontânea é formada por individualidades cheias de ódio que encontram no coletivo seu lugar: o lugar onde cada um deixa surgir o impulso paranoico que pode haver dentro de si. Aquele que se gestou numa experiência infeliz com o outro. É ele que age covardemente na ação do linchamento sempre contando com um álibi. A comunidade que mata ergue-se sobre a cumplicidade na covardia. A hipótese do agente cruel coletivo é de que o “linchado” é algum tipo de criminoso hediondo. Mas como quem comete o crime do linchamento pode se sentir superior ao criminoso hediondo? Logo, na lógica do assassinato, o outro tem que morrer. Por que o linchador poderia punir o outro criminoso com as próprias mãos? O linchador pratica contra a vítima a culpa da qual ele mesmo é o portador. Culpa da qual ele pensa livrar-se no ato de espancar até a morte. O processo é de inversão. O linchador expurga o próprio ódio jogando-o para cima de um desconhecido indefeso. O criminoso é o outro, então ele é imediatamente punido. O outro que o paranoico odeia é que deve expiar o seu crime.

              Fabiane Maria de Jesus, dona de casa, foi morta num linchamento no Guarujá em 2014. André Luiz Ribeiro, professor, escapou por pouco quando corria no Rio de Janeiro e foi confundido com um assaltante. Já sabemos da banalidade da vida e da morte em nossa cultura. Mas o que autoriza uns e outros ao assassinato? O aval. É a mesma lógica da corrupção generalizada. Porque “o outro faz, eu também estou autorizado a fazer”. Matar covardemente e sem pensar é um ato cada vez mais fácil.

              Tags: linchamento
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              02/05/2018
              Questões de Gênero

              Ativistas afegãs rompem tradição e carregam caixão de mulher linchada

              24/03/2016
              Em Pauta

              Homem linchado não violentou crianças no Paraná, aponta exame

              01/03/2016
              Image processed by CodeCarvings Piczard ### FREE Community Edition ### on 2015-10-13 13:28:28Z | http://piczard.com | http://codecarvings.com
              Questão Racial

              Breve história do ódio: linchamentos, rolêzinhos e a reação racista à mobilidade social

              16/10/2015
              Foto: Flávio Florido
              Em Pauta

              Faltava apenas uma faísca: O linchamento e a bomba-relógio do ódio

              22/09/2015
              Em Pauta

              Linchamento em Copacabana: policial assiste e historiador salva ladrão de morte iminente

              25/08/2015
              Próxima Postagem
              (Foto: Facebook/Luena Pereira/Samory Sundjata)

              Morreu no sábado, aos 78 anos, o sociólogo José Maria Nunes Pereira

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              • #Repost @amnboficial • • • • • • Março chegou! E com ele, o nosso Março de Lutas! O Março de Lutas é uma agenda coletiva para reafirmar a resistência negra no Brasil. O objetivo é que as mulheres negras brasileiras protagonizem uma chamada para compartilhar práticas, experiências e viabilizar denúncias que fortaleçam o enfrentamento ao racismo, ao patriarcado, sexismo e LBTfobia que impactam a vida das pessoas negras, especialmente as mulheres. #MarçodeLutas é a forma de celebrar o legado dos homens e mulheres negras que morreram lutando pela humanidade, cidadania e direitos reconhecidos e assegurados para a população negra. É uma ação que vai reafirmar a denúncia contra as violações de direitos humanos protagonizadas pelo Estado brasileiro, bem como, visa reforçar os debates sobre a importância da vida das mulheres negras no que diz respeito ao enfrentamento a violência doméstica, o feminicídio, o racismo religioso e a violência política política intensificadas pelo contexto da pandemia da Covid-19 no Brasil. Acesse o nosso site: amnb.org.br/marcodelutas
              • A coluna Um Certo Alguém, do site do Itaú Cultural (@itaucultural) , abre o mês de março com uma série de cinco edições que tem como convidadas artistas que narram textos da dramaturga Maria Shu na Ocupação Chiquinha Gonzaga, em cartaz na organização. No dia 4, quinta-feira, a estreia acontece com a participação de Beth Belisário, presidente do Bloco Afro Ilú Obá de Min, sediado na capital paulista, fundado por ela e a também percussionista Adriana Aragão.
              • #Repost @midianinja • • • • • @portalgeledes e @midianinja divulgam Retratos da Pandemia Série traz histórias de como os moradores das periferias estão enfrentando a batalha contra a covid-19. São relatos que capturam a humanização do cuidado, a solidariedade e a organização nas comunidades em prol dos mais afetados pela doença infecciosa. Video: @mariasylvia.oliveira #retratosdapandemia
              • Para abrir o mês de março, a coluna Nossas Histórias vem com a assinatura da historiadora Ivangilda Bispo dos Santos, que nos convida a pensar sobre as resistências de intelectuais negros à colonização portuguesa em Moçambique. Confira um trecho do artigo do artigo"Reações ao mito da democracia racial no contexto moçambicano (Sec.XX)"."Entre os combatentes ao mito da democracia racial, podemos mencionar, além de Eduardo Mondlane, o gôes Aquino de Bragança e os angolanos Mário Pinto de Andrade e Agostinho Neto. Interessante notar que todas as pessoas africanas mencionadas acima eram consideradas pelo governo colonial “assimiladas” à cultura portuguesa. No entanto, tal enquadramento não lhes garantia a igualdade de oportunidades e de tratamento, fator poderoso para a contestação da situação colonial e da discriminação racial vigente". Acesse o material na íntegra em: A Coluna Nossas Histórias é parceria entre a Rede de HistoriadorXs NegrXs, o Geledés e o Acervo Cultune #Moçambique #ResistênciaIntelectualNegra #ColonizaçãoPortuguesaEmÁfrica #Antirracismo #HistoriadorasNegras #NossasHistórias.
              • Ela começa mais um dia pensando o que fazer para dar certo na sua independência financeira. Mulher, descendente de índio (avó paterna era índia, Matilde Ana do Espírito Santo – sobrenome católico, como de costume ao catequizá-los) e Assistente Social, formada há 2 anos e meio mas sem oportunidade de exercer a profissão. Tentando entender como funciona a máquina giratória da vida de uma mulher de meio século… É, isso não se aprende na escola…Isso não se aprende com ninguém…A mulher vai vivendo e aprendendo… Leia o Guest Post de Silene Vasconcelos de Farias em wwww.geledes.org.br
              • Hoje às 17h, as Promotoras Legais Populares- PLPs, realizam uma live para falar sobre ações e desafios durante a pandemia, no canal do YouTube de Geledés Instituto da Mulher Negra.
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              • Para fechar fevereiro, a coluna Nossas Histórias vem com a assinatura da historiadora Bethania Pereira, que nos convida a pensar sobre as camadas de negação da história do Haiti. Confira um trecho do artigo do artigo"O Pioneirismo haitiano nas lutas pela liberdade no Atlântico"."A partir de 1824, o presidente Jean-Pierre Boyer passou a oferecer terras e cidadania para os imigrantes exclusivamente negros, vindos dos Estados Unidos. Ao chegar no Haiti, as pessoas teriam acesso a um lote de terra, ferramentas e, após um ano, receberiam a cidadania haitiana. A fim de fazer seu projeto reconhecido, Boyer enviou Jonathas Granville como seu representante oficial para os Estados Unidos. Lá, Granville pode se reunir com afro-americanos de diferentes locais mas, aparentemente, foi na cidade de Baltimore, onde ele participou de reuniões na African Methodist Episcopal Church – Bethel [Igreja Metodista Episcopal Africana] e pode se encontrar com homens e mulheres negros e negras. Acesse o material na íntegra em: A Coluna Nossas Histórias é parceria entre a Rede de HistoriadorXs NegrXs, o Geledés e o Acervo Cultune #Haiti #Liberdade #Direitos #SéculoXIX #HistoriadorasNegras #NossasHistórias.
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              Geledés Instituto da Mulher Negra

              GELEDÉS Instituto da Mulher Negra fundada em 30 de abril de 1988. É uma organização da sociedade civil que se posiciona em defesa de mulheres e negros por entender que esses dois segmentos sociais padecem de desvantagens e discriminações no acesso às oportunidades sociais em função do racismo e do sexismo vigentes na sociedade brasileira.

              Fique em casa

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              Carteira de trabalho Foto: Agência O Globo/Jornal Extra

              Mulheres negras trabalham mais que os homens em funções não remuneradas em AL, diz IBGE

              05/03/2021
              Foto: GETTY

              Bayer lança meta de ter 50% de mulheres em cargo de chefia até 2030

              04/03/2021
              Miriam Leitão (Imagem retirada do site Congresso em Foco)

              Um ano depois, a dúvida é sobre nós

              04/03/2021

              1997 - 2020 | Portal Geledés

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