Após a estreia de Hip Hop Blues – Espólio das Águas, o Núcleo Bartolomeu de Depoimentos – formado por Claudia Schapira, Eugênio Lima, Luaa Gabanini e Roberta Estrela D’Alva – fecha o ciclo das comemorações de seus 20 anos com o lançamento de A Palavra como Território – antologia dramatúrgica do Teatro Hip-Hop. O livro é um compêndio de 14 peças criadas e encenadas ao longo de duas décadas de pesquisa continuada e criação do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos que iniciou suas atividades no ano 2000 e se consolida como coletivo artístico a partir de uma formulação inédita dentro do universo do teatro brasileiro – o teatro hip-hop – linguagem surgida a partir da junção de elementos do teatro épico e da cultura hip-hop.
Com base no diálogo, na contracena, no atrito e na amálgama das linguagens do teatro e do hip-hop, criou-se uma terceira, repleta de particularidades e pioneira em sua conceituação e forma de expressão. Essa junção de linguagens também gerou um repertório diverso de espetáculos teatrais, intervenções cênicas urbanas, músicas, criações audiovisuais e projetos de pesquisa.
Dispostas em ordem cronológica, ao longo de 540 páginas, as peças traçam uma linha temporal que acompanha os passos do teatro hip-hop. Cada texto ressalta um momento da construção da linguagem e revela os elementos e os procedimentos que constituem hoje as características principais da sua criação artística tais como, o depoimento, a autorrepresentação, a atuação do/da DJ e Ator/Atriz-MC, a dramaturgia cênica, o emprego do sample, a linguagem do spoken word e dos slams.
Foram convidados ainda aliados e aliadas, professores e professoras, além de artistas que fizeram parte da história do Núcleo Bartolomeu para escreverem os textos de apresentação de cada uma das dramaturgias dos espetáculos. Entre eles estão: o professor e pesquisador Alexandre Mate; a atriz e diretora Georgette Fadel; o dramaturgo e professor Antônio Rogério Toscano; o grafiteiro e cenógrafo Julio Dojcsar; a cineasta Tatiana Lohmann; o ator, dramaturgo e diretor Jé Oliveira; a diretora e professora Cristiane Paoli Quito; o dançarino e pesquisador Frank Ejara; o diretor de arte Sato do Brasil; o crítico teatral Amilton Azevedo; os integrantes da Cia do Latão : Sérgio de Carvalho, Helena Albergaria e Maria Livia Goes; o dramaturgo Lucas Moura; o bailarino Luis Arrieta; as atrizes e dramaturgas Lucienne Guedes Fahrer e Dione Carlos; e o diretor José Celso Martinez Corrêa. Em uma pequena homenagem póstuma, o livro ainda conta ainda com um texto inédito do dramaturgo, ator e diretor Reinaldo Maia, um dos fundadores do grupo Folias D’Arte.
“O lançamento deste livro materializa uma parte da pesquisa. É como se um recorte dos nossos processos em sala de ensaio criasse corpo, na tentativa de reproduzir o instante em que aquilo foi concebido ; de partilhar uma parte dos mistérios da criação. Penso que dramaturgia é uma página pontilhada, sempre por preencher por quem vai re-ler, re-criar aquele contexto. Espero que inspire muitas re-escritas”, diz Claudia Schapira, diretora, dramaturga e autora de quase todos os textos do livro.
Festa-Rito
Encerrando o projeto Cartografia Comentada- 20 anos de Teatro Hip- Hop será realizada no Teatro de Contêiner, sede da Cia Mungunzá de teatro, uma festa de lançamento onde serão distribuídos e autografados 350 exemplares gratuitos ao público presente. A discotecagem ficará a cargo dos DJs parceiros da companhia Fatah, Dani Nega, Will Robson e Pedro Moreno, além de Eugênio Lima e Luaa Gabanini. A festa ainda contará com leituras de trechos das peças feitas por convidados, dentre eles a atriz Georgette Fadel, Luciano Chirolli, Lavínia Pannunzio e pelo elenco de Terror e Miséria no Terceiro Milênio- Improvisando Utopias, última peça publicada na antologia.
Serviço
Lançamento do livro “A PALAVRA COMO TERRITÓRIO- ANTOLOGIA DRAMATÚRGICA DO TEATRO HIP-HOP”
Teatro de Contêiner Mungunzá
R. dos Gusmões, 43 – Santa Ifigênia, São Paulo – SP, 01212-000
Tel: 1197632-7852
Data: 02 de maio de 2022 (segunda -feira) a partir das 19h
Entrada Gratuita
Distribuição gratuita de exemplar, limitada ao número de cópias, um exemplar por pessoa.