Apesar da imprensa nacional ter divulgado que a desembargadora aposentada Luislinda Valois foi escolhida pelo presidente interino Michel Temer (PMDB) para assumir a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), a baiana negou nesta segunda-feira, 6, em conversa com o Portal A TARDE, que tenha recebido qualquer convite.
Por Paula Pitta, do A Tarde
A assessoria da Seppir também não confirmou oficialmente que o nome do titular da secretaria tenha sido definido e afirmou que não há prazo para que isso aconteça.
Questionada se aceitaria o convite, a desembargadora, que é a primeira juíza negra do país, preferiu não se posicionar. “Eu ainda não decidi nada. Deixa primeiro me falarem (do convite) “, afirmou.
Após o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT), a desembargadora usou as redes sociais para criticar a ausência de negros e mulheres no primeiro escalão do governo do presidente interino.
“Mais uma vez temos no Brasil homens brancos comandando todos os seguimentos da nossa sociedade. Negros/ índios/ mulheres etc continuam sendo bons eleitores e excelentes contribuintes. Aos negros, acredito, não interessa o segundo patamar do governo. Somos competentes e por isso exigimos ministros negros e ministras negras”.
Se o nome de Luislinda Valois se confirmar como titular da Seppir, ela, que é filiada ao PSDB, será a primeira negra no governo de Temer. A suposta escolha dela para o cargo gerou posições diferentes nas redes sociais. Alguns internautas parabenizaram a desembargadora e comemoraram a escolha. Já outros usaram o Facebook para pedir para a baiana não assumisse um cargo na equipe do peemedebista, alegando que é um “governo golpista”.
A desembargadora é a primeira negra a se tornar juíza no Brasil em 1984 e também foi a primeira autora de sentença de condenação por racismo no país. Luislinda Valois foi condecorada com o título de embaixadora da paz da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2012.