Lutador Ronny Jason é suspeito de agredir a irmã com socos e chutes, diz polícia

Irmã do lutador não registrou boletim de ocorrência, mas polícia iniciou investigação por caso se enquadrar na lei Maria da Penha.

 

Por André Teixeira, do G1

 

A Polícia Civil de Quixadá, no interior do Ceará, quer ouvir o lutador de MMA, Mariano Bezerra de Lima, conhecido como Ronny Jason, por suspeita de agredir a própria irmã durante uma festa na madrugada do sábado (7), quando o atleta visitava a cidade natal.

De acordo com a titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Quixadá, Janaína Siebra, um vídeo compartilhado em redes sociais mostra o momento em que o lutador joga a irmã no chão, na saída da festa que ocorreu no hotel Vale das Pedras.

G1 tentou falar com o lutador, mas as ligações aos telefones do atleta não foram atendidas.

“Trata-se de uma lesão corporal dolosa [quando há intenção de cometer o crime], no âmbito da lei Maria da Penha, e a Polícia Civil de Quixadá está tomando as medidas cabíveis”. A delegada informou ao G1 que não poderia antecipar quais são as “medidas cabíveis”, para não atrapalhar a investigação.

“A gente analisou as imagens [do vídeo divulgado em rede social]. Foi uma lesão. O Ronny agrediu a irmã com socos e chutes, isso foi filmado”, detalha a delegada.

O vídeo mostra também que algumas pessoas seguraram o lutador para conter a agressão. Em outro momento, quando ela está caída, ele faz ameaças.

De acordo um policial militar, testemunhas relataram que o lutador estava embriagado no momento da agressão, mas a informação não é confirmada pela delegada à frente do caso.

A polícia também não informou se o atleta foi localizado, mas afirma que ele deve prestar depoimento “em breve” para apresentar a versão dele sobre o caso.

Sem boletim de ocorrência

Ainda de acordo com Janaína Siebra, a irmã do lutador Ronny Jason não prestou boletim de ocorrência sobre a agressão, o que não impede a investigação e indiciamento por se tratar da lei Maria da Penha.

“Nós tomamos conhecimento através das redes sociais e notificamos a vítima. Como se trata de uma ação pública, a investigação independe da vontade da vítima. Ela não procurou a delegacia, a delegacia que procurou a vítima para investigar o fato”, explica a delegada.

Ainda conforme a polícia de Quixadá, não há informações precisas sobre se a irmã procurou ou não uma unidade hospitalar após ser agredida ou sobre o estado de saúde dela.

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