O caso da adolescente Cassidy Trevan, que cometeu suicídio dois anos após ter sido estuprada por um grupo de estudantes, na Austrália, voltou a ganhar repercussão nas redes sociais. O motivo é uma carta escrita por ela, dias antes de morrer, e divulgada agora na mídia com a permissão de sua mãe, Linda Trevan.
Por Jéssica Lauritzen Do Extra
No arquivo, encontrado em seu laptop, a jovem conta sobre o crime que sofreu e alerta colegas sobre a importância de se defender de um ataque como esse. A mensagem, escrita com a ajuda do namorado, Luke Anderson, não chegou a ser enviada.
“Estou fazendo isso porque mais de 1.500 alunos entre 7 e 12 anos estão atualmente matriculados nesta escola e eles precisam ser alertados. Eu sinto pelo que aconteceu comigo e porque a equipe da escola não fez nada para me ajudar”, escreveu Cassidy.
Em fevereiro de 2014, a jovem, então com 13 anos, foi levada por supostas amigas a uma casa em Springvale, onde foi abusada sexualmente por dois rapazes desconhecidos. As meninas, que antes a intimidavam com provocações típicas de bullying, se aproximaram fingindo amizade e a convidaram para um suposto festival, na ocasião.
“Meu nome é Cassidy Trevan, e eu fui estuprada. Se alguém tentar fazer isso com você, confie em mim, vale a pena lutar! Lute! Se não o fizer, você vai se arrepender pelo resto da sua vida, como eu. Você pode fazer isso”, acrescentou.
Antes de decidir tirar a própria vida, segundo a mãe, Cassidy sofria com insônia, pesadelos, ansiedade, ataques de pânico e problemas mentais, após ser violentada. E as ofensas também continuaram, conforme a jovem frisa em outro trecho da carta:
“Depois de 1 ano e meio, eu quero, finalmente, ser deixada em paz. Ainda continuo recebendo mensagens, de estudantes que eu nunca conheci, me chamando de vadia”.
Linda reúne toda a história da filha em uma página recém-criada no Facebook, “Bullying Killed My Child; Cassidy’s Story”, atualmente com cerca de 400 seguidores.