Mãe denuncia que filha foi impedida de assistir aula por causa de tranças

A professora Alexandra Almeida Silva, denunciou ao Conselho Tutelar que sua filha de apenas 10 anos de idade foi impedida de assistir aulas por conta de uma trança de cor vermelha em seu cabelo. O fato ocorreu na última sexta-feira (24), mas a menina desde então não retornou mais à Escola Municipal Parque Itararé, na zona Sudeste de Teresina.

Por Rayldo Pereira, do CidadeVerde.com

Foto: Reprodução / Facebook

“Na hora do intervalo chamaram a minha filha e falaram que a diretora queria vê-la. Ao chegar lá ela afirmou o que uma secretária já havia dito, que ela deveria retirar as tranças e a mexa vermelha, pois não era adequado a farda da escola. Ao fim da aula, ela deveria retornar à direção e não foi mais recebida. Nesse dia passou o horário dela chegar em casa, e eu fui até a escola e ela não estava mais lá. Ao chegar em casa ela nos informou a situação”, descreveu Alexandra.

A mãe acrescenta que nesta segunda-feira (27) retornou à escola com o pai da menina para conversar com a direção, mas segundo ela não haveria outra alternativa, a não ser que ela retirasse a mexa vermelha. “Caso contrário a menina não entraria na escola, foi o que disse a diretora. Desde então já foram dois dias de aula perdidos por causa disso”, completou.

Procurada pelo Cidadeverde.com, a Secretaria Municpal de Educação se posicionou através de nota onde afirma que está acompanhando o caso ocorrido na Escola Municipal Parque Itararé e destaca que não tolera qualquer tipo de preconceito.

“A direção da escola mantém um protocolo para o fardamento dos alunos, apoiada pelos pais, e explica que os excessos costumam descaracterizar o ambiente escolar, mas que respeita todo tipo de expressão do indivíduo. Portanto, afirma que nenhum aluno foi proibido de assistir aula ou passou por qualquer situação de constrangimento. A Semec já conversou com os pais e os fatos foram esclarecidos”, diz a nota.

Preconceito

Alexandra disse reviver todo o preconceito que sofreu ao longo da vida com a reclamação contra a filha. Ela reforça que as tranças da garota são traços que ela carrega desde muito cedo e aguarda agora o Conselho Tutelar resolver o imasse que continua com a escola.

“Eu me sinto muito muto triste primeiramente como mãe. É como se eu estivesse sofrendo tudo novamente que também sofri desde minha infância e me calei. Veio tudo a ton e mexer numa dor que já existia só piorou . Como educardora eu lamento muito porquê isso não é papel de educador”, completou.

Rayldo Pereira
[email protected]

+ sobre o tema

para lembrar

Carta Aberta ao Ziraldo, por Ana Maria Gonçalves

Num extenso e substancial texto a escritora Ana Maria Gonçalves nos...

Condenação de estudante que ofendeu nordestinos terá efeito educativo nas redes sociais

Por:Filippo Cecilio Para OAB-PE, decisão servirá como exemplo para...

Governo Temer desrespeita indígenas em audiência pública internacional de Direitos Humanos

Na audiência da CIDH, na Argentina, não compareceram representantes...

Mover-se para além da dor

Para sermos livres, devemos escolher além de só sobreviver...
spot_imgspot_img

A invenção do ‘fato isolado recorrente’

Que brasileiro é criativo todo mundo sabe. Em geral, somos mestres em jogo de cintura. Afinal, para a maior parcela da população, sempre foi...

É preciso evitar que barbárie de SP se espalhe

Não só as estatísticas, mas a sucessão de casos isolados (no plural) escancara a política de segurança do governador bolsonarista de São Paulo. Faz oito...

Mulher é acusada de cometer racismo religioso durante evento em hotel na Barra da Tijuca

Uma mulher foi encaminhada à 16ª DP (Barra da Tijuca) após ser acusada de racismo religioso em um hotel da Barra da Tijuca, Zona...
-+=