Maioria dos casos de racismo no futebol brasileiro ainda fica impune

Observatório da Discriminação Racial no Futebol foi criado para mapear casos e acompanhar punições

Por André Lobão, do Brasil de Fato 

 
No Brasil, os casos de racismo e injúria racial tem crescido em estádios de futebol. Em 2014, o debate sobre esse tipo de intolerância nos gramados e arquibancadas ganhou espaço quando as câmeras de TV registraram situações em diversos jogos de ofensas contra vários jogadores. No mesmo ano foi criado o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, uma iniciativa com o objetivo de monitorar e denunciar casos de racismo no futebol brasileiro.“O Observatório surgiu logo após aqueles sucessivos casos de racismo que envolveu os jogadores Tinga, Marcio Chagas e Arouca. Nasce a partir de uma pesquisa que faço na internet tentando encontrar as punições aos casos de racismo. E aí não encontrando essas respostas, e com o passar do tempo, começamos a ampliar essa pesquisa e criamos um site onde conseguimos colocar casos a partir de 2014 e casos antigos e suas punições, explica Marcelo Carvalho, criador do Observatório.Recentemente, a  família da jovem revelação do Flamengo, Vinicius Jr., foi vítima de racismo no clássico contra o Botafogo pela primeira partida das semifinais da Copa do Brasil, em 16 de agosto. O ato de racismo aconteceu quando a família do jogador, que ocupava um camarote no Estádio Nilton Santos, foi ofendida por insultos de um torcedor já identificado pela polícia, mas que responde a um inquérito policial em liberdade. Para Marcelo Carvalho, a sensação de impunidade tem razão de ser.

“Se percebe que não existe uma punição efetiva para os envolvidos, tanto os torcedores quanto os clubes. Não existe uma regra, então vai muito da cabeça de quem julga. Daí temos casos que são punidos e outros em que os acusados são absolvidos, em outros ainda, os clubes são envolvidos na punição e há situações em que só os torcedores são punidos”, critica.

O observatorioracialfutebol.com.br traz mais informações sobre casos de racismo no futebol brasileiro. Lá é possível também assinar uma petição eletrônica para a ratificação da Convenção Interamericana Contra a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância e da Convenção Interamericana contra Toda Forma de Discriminação e Intolerância.

Divulgação

Iniciativa foi criada após agressões sofridas por Tinga, Márcio Chagas e Arouca

+ sobre o tema

ProUni: por sete votos a um, os ministros do STF julgam programa constitucional

O ministro Aloizio Mercadante comemorou, nesta quinta-feira, 3, o...

Alagoas é o estado com maior índice de assassinatos de adolescentes

Índice de Homicídios na Adolescência foi apresentado nesta quarta...

O que será?

Vai no @leandro_assis A série "Confinada" diz quem é o...

para lembrar

Qual o impacto do racismo nas desigualdades?

Para a polícia de São Paulo, a diferença entre...

Juiz revê decisão e diz que candomblé e umbanda são religiões

Juiz Eugênio Rosa de Araújo admite o erro e...
spot_imgspot_img

Senado aprova aumentar para 30% percentual de cotas no serviço público

O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (7) um projeto que amplia de 20% para 30% o percentual de cotas para pessoas negras em concursos públicos do...

A agenda ambiental e o homem branco sem identidade

São apenas quatro meses de 2025, parece pouco mesmo, mas já vivemos muitos anos em um. O Brasil na sua imensa complexidade, dessas que gringo...

É preciso resistir à degradação dos direitos humanos em escala global

O relatório "O Estado dos Direitos Humanos no Mundo", publicado pela ONG Anistia Internacional no mês passado, apresenta um diagnóstico alarmante —e nada surpreendente— sobre a...
-+=
Geledés Instituto da Mulher Negra
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.