O artista plástico Elvis da Silva apresentou nesta quinta-feira (10/10) na Câmara Municipal de Campinas, um livro com características bastante particulares. Denominado “Jamaica Brasileira”, o livro foi concebido em conjunto com o escritor Edgar de Souza Silva, e mistura artes plásticas, prosa e poesia. Nascido como a missão de valorizar a diversidade étnica que caracteriza o povo brasileiro, acabou se transformando numa especie de manifesto antirracista.
O projeto do livro tem raízes profundas e surgiu quando Edgar, então com 17 anos (hoje tem 30) imaginou um lugar isolado do mundo onde crianças de diferentes origens seriam criadas sem resquícios de racismo. Inspirada na formação multicultural do Brasil, ele chamou a ilha de “Jamaica Brasileira”.
“Os sons que surgem da leitura são como uma batida quase perfeita, misturando hip hop com samba, cordel com erudito, uma distribuição harmônica de arranjos que nos remete aos sons produzidos pela juventude brasileira em suas mais variadas nuances, produzido na vida real das ruas, das cidades de verdade”, escreveu Martvs Antonio Alves das Chagas, diretor de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira da Fundação Cultural Palmares, que assina o prefácio.
O texto foi enriquecido por pinturas de Elvis da Silva. Desenvolvidas sob o tema da cultura negra e da formação do povo brasileiro, as obras do artista valorizam exatamente a diversidade étnica do Brasil. Assim, a narrativa de Edgar e as imagens de Elvis formam dois livros num só, complementando-se na busca por um país livre de preconceitos.
TÉCNICA – Em junho de 2011, Elvis fez uma exposição na Câmara. E se mostrou um artista único. Ele desenvolveu uma técnica curiosa para recriar imagens. Ele toma uma fotografia, por exemplo, desenha com grafite e pinta. Acrescenta dados e cores aos registros. Essa técnica está presente também no “Jamaica Brasileira”.
Nascido em Pindamonhangaba, Elvis mora em Campinas desde 1999. Desde então, realizou dezenas de exposições na cidade e região. Atualmente está com exposições na Universidade Mackenzie e no Memorial da América Latina, em São Paulo.
Fonte: Campinas.SP