Márcia Tiburi: “Acredito nos movimentos que funcionam como partido”

Professora de filosofia acrescenta: “Precisamos de um projeto lúcido de país, que incorpore todos os povos e culturas e perceba o peso do neoliberalismo entre nós e sobre nós”

Por Márcia Tiburi, do Outras Palavras 

Outras Palavras está indagando, a pessoas que pensam e lutam por Outro Brasil, que estratégias permitirão resgatar o país da crise (Leia a questão completa aqui e veja todas as respostas dos entrevistados aqui).

É uma pergunta desafiadora. Acho que precisamos mudar o congresso em 2018, eleger bancadas de professores, intelectuais, feministas, de ativistas antifascistas e anti-racistas. Ao mesmo tempo precisamos fortalecer os movimentos. E, para isso, precisamos participar mais ativamente deles. Para tudo isso, precisamos enfrentar radicalmente o nosso lugar de classe, gênero e raça e assumir a cidadania. A cidadania precisa sair do armário. O povo precisa sair do armário para recuperar a democracia perdida. Eu confio em um bom encontro entre agentes revolucionários, singularidades e populações revolucionárias. Acredito nos movimentos que funcionam como partido. Na partidA e em muitos outros. Ao mesmo tempo, acredito que precisamos de um projeto lúcido de país, que leve em conta as transformações da democracia, que pense na participação de todos os povos e culturas que habitam o país, que perceba o peso do neoliberalismo entre nós e sobre nós. E não acredito que possamos ir longe se não “realizarmos” no sentido de perceber o que realmente está acontecendo em termos de destruição do Brasil nessa fase.

*Marcia Tiburi é professora de filosofia, escritora, liderança da #partidA

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