Masculinidade do Homem Negro

Sabemos que a masculinidade hegemônica é branca, e nossos homens negros tem que lidar a todo momento com o desafio da construção dessa masculinidade a ele imposta, e que esta não é a sua realidade, mas nossos homens negros são perseguidos de forma impositiva pela tal, por isso este não pode sentir emoções, afetos, servindo apenas para executar, e para além de tudo isso, essa masculinidade é marcada pelo racismo que se passa pela hiper sexualização, animalização, criminalização e desumanização entre diversas outra nuances extremamente destrutivas para o homem negro.

Este homem negro por vezes sofre diversos traumas e violências em sua infância, e ainda passa por riscos de vida a todo momento, e se tiver a magnitude de chegar a uma vida adulta carregando todo esse peso de dores, medos e inseguranças conseguindo se tornar um homem negro graduado, ainda assim, será incompreendido e por sua vez chamado por racistas de negro “raivoso”…

Precisamos conversar sobre isso, estamos preparados?

A resposta é que nascemos prontos, mas é importante descontruir para sair da zona de conforto e isso sim, precisamos saber se nossos homens negros estão preparados.

Importante salientar que referida discussão não quer dizer que nossos homens negros não erram, e muito menos maternalizar contextos violentos, mas sim a compreensão dos nossos enquanto homem preto e a importância da nossa união, e principalmente reivindicação da humanidade do homem negro que lhe foi arrancada por todo processo do racismo estrutural.

Diante de tudo isso quando trazemos essa discussão com este olhar do auto cuidado, de se auto colocar, de se encontrar neste universo e revendo diversos comportamentos, vamos contra estrategicamente de toda essa desumanização do processo escravocrata.

Neste processo, é importante falar sobre a hiper sexualização trazendo a sexualidade como um falso formato de poder, trazido pelo colonizador que impunha seu poder através dos estupros, este homem negro disperso que não  se atenta as realidades dos fatos, e não entende a violência animalizada que vem por de trás de tudo isso, acaba sendo seduzido e se deixa colocar neste estado de corpo objetificado, trazendo a tona esse falso estado de Poder, deixando mais uma vez de ser olhado como um ser humano.

Esse com certeza não o é o lugar de fala de nós mulheres pretas, mas devemos ser apoiadoras deste movimento, vez que nossa essência é o matriarcado que nos ensina a importância do nós por nós, e nenhum dos nossos para traz. E para o sistema colonizador nós negros não podemos dialogar, devemos nos odiar. Por isso é importante descontruímos em nós este sistema Branquitude para construirmos a união do nosso povo preto

Nenhum de nós para traz, todos juntos e unidos.

“Quando você ama uma das qualidades que você acha que essa pessoa possui, e essas não estão totalmente desenvolvidas, ajude essa pessoa a desenvolvê-las.”

                                                                                                          Marcus Garvey

Que este texto sirva para o despertar dos nossos de forma emergencial e cirúrgica. 

Gislaine Antonio

Coach de Carreiras


 

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