Por: Thays Lavor
A Secretaria de Educação municipal prevê a construção de sete novas unidades para atender à demanda
O Ceará registrou um crescimento de 26,53% no número de matrículas em creches entre 2005 e 2009, segundo os dados do ´Todos Pela Educação´, movimento financiado exclusivamente pela iniciativa privada, que congrega sociedade civil organizada, educadores e gestores públicos e tem como objetivo contribuir para que o Brasil garanta à todas as crianças e a todos os jovens o direito à Educação Básica de qualidade. Porém o Estado ainda luta para alcançar a média de crescimento nacional, que foi entre 2005 e 2009, de 34%.
Atualmente a Ceará possui o total 88.552 mil crianças de 0 a 3 anos matriculadas em creches, já Capital tem exatamente 10.124, isso de acordo com os dados Censo Escolar da Educação Básica de 2010. Um número irrisório diante do universo populacional de 162.266 meninos e meninas nessa faixa etária no Ceará, segundo o Censo de 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Isso demonstra que as 137 creches da rede municipal não atendem a demanda populacional. Pelo menos é o que afirma o diretor executivo do Centro de Articulação de Apoio as Creches, José Gomes. “Além dos equipamentos não serem suficientes, ainda existem muitas creches fechadas pela cidade. A única forma de mudarmos essa situação e atingirmos a meta de 50% dessa população na escola, será com ampliação da rede, e contratação de pessoal”.
A coordenadora de Educação Infantil, da Secretaria Municipal de Educação (SME), Francineide Pinho, informa que os estabelecimentos não estão fechados, e sim paralisados. “Na verdade existem quatro creches que eram conveniadas e estão passando pelo processo de municipalização, mas devem começar a funcionar na semana que vem, e tem outra que está fechada, pois passa por uma reforma,” observou.
Ela acrescentou ainda, que estão previstas as construções de sete centros de educação infantil para 2011 e 2012. “Nós trabalhamos com a demanda apresentada pela população, e a construção dos prédios são definidas no Orçamento Participativo”, concluiu.
As matriculas deste ano só começam dia 14 de fevereiro, quando será possível avaliar a demanda para 2011. Em todo o pais, a educação infantil apresenta déficit expressivo. Segundo dados de 2009, apenas 4% da população de 0 a 3 anos de idade está matriculada em creches. Na pré-escola a situação é um pouco melhor: 80% dos brasileirinhos de 4 a 5 anos estão na escola, mas ainda há uma demanda grande para ser atendida. No Ceará e em Fortaleza os dados seguem pelo mesmo caminho: muita procura e oferta insuficiente.
Nacional
Entre 2005 e 2009, as matrículas em creches cresceram 34% em todo o País – o total de crianças de 0 a 3 anos com acesso à educação passou de 1,4 milhão para 1,8 milhão.
O ritmo acelerou especialmente a partir de 2006, mas um levantamento do programa Todos pela Educação mostra que o atendimento ainda é muito desigual. Estados do Norte e Nordeste ainda têm dificuldade para ampliar essa inclusão.
Enquanto em Santa Catarina 34% das 299 mil crianças nessa faixa etária têm acesso à creche – o mais alto índice de atendimento do País -, no Amapá o percentual é de 3,87%. Entre os estados com taxa bruta de matrícula inferior a 10% ainda estão o Pará (5,26%), Amazonas (5,56%), Sergipe (5,65%) e o Acre (6,39%).
Fonte: Diário do Nordeste