Mbappé desabafa sobre racismo na França: ‘Não posso jogar para pessoas que pensam que sou um macaco’

Enviado por / FonteESPN

Mbappé revelou que pensou em deixar a seleção francesa depois das ofensas raciais sofridas em 2020

Principal estrela da França e presente na lista de Didier Deschamps para a Copa do Mundo no Qatar, Kylian Mbappé pensou em deixar de atuar pela seleção há dois anos. O motivo: as ofensas raciais praticadas pelos próprios franceses.

Um dos protagonistas na campanha vitoriosa da França na Copa do Mundo da Rússia, em 2018, Mbappé viu tudo mudar ao perder o pênalti que resultou na eliminação dos Les Bleus para a Suíça, nas oitavas de final da Eurocopa de 2020.

De herói, o atacante do PSG passou a ser considerado vilão pelos franceses. Entre as críticas nas redes sociais, as que mais machucaram foram as raciais. Chateado, Mbappé se reuniu com Noel Le Graet, presidente da Federação Francesa de Futebol, mas não recebeu o apoio esperado.

“Eu disse: ‘Não posso jogar para pessoas que pensam que sou um macaco’. Eu não vou jogar'”, contou o atacante durante entrevista à Sports Illustrated.

Filho de pai camaronês e mãe argelina, Mbappé cresceu na comunidade de Bondy, no subúrbio de Paris, e desde cedo aprendeu a superar as adversidades. Ciente de que é um exemplo para os mais jovens, voltou atrás da decisão.

“Mas depois, tive uma reflexão com todas as pessoas que estão ao meu redor e torcem por mim, e acho que não foi uma boa mensagem desitir. Sou um exemplo para todos. Essa é a nova França. É por isso que não abri mão da seleção, pois é uma mensagem para a geração jovem: ‘Somos mais fortes do que isso'”, afirmou.

Com Mbappé liderando a equipe em campo, a França inicia a busca pelo tri da Copa do Mundo no próximo dia 22, contra a Austrália. Os outros adversários do Grupo D são Dinamarca e Tunísia.

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...