Michelle Obama lança plataforma para investir na educação de meninas

Plataforma de financiamento colaborativo permitirá que qualquer pessoa ajude a investir em projetos de educação de meninas em seis países

Do  ÉPOCA 

Getty Images

Atualmente, segundo a USAID (agência dos EUA para desenvolvimento internacional) 98 milhões de garotas não estão frequentando a escola. As razões são muitas: falta de dinheiro, gravidez precoce, ameaças de segurança e ausência de suporte familiar. Esse cenário, presente em vários países do mundo, foi lembrado por Michelle Obama. Neste 11 de outubro, considerado o Dia Internacional da Menina pela ONU, a ex-primeira dama dos Estados Unidos lançou uma iniciativa global para suporte à educação de meninas no mundo.

O objetivo da iniciativa, chamada de Global Girls Alliance, é criar uma rede que unirá apoiadores e investidores a comunidades e cidades onde há meninas fora da escola. E, que assim, pode trabalhar para que elas recebam bolsas de estudos, programas de orientação e até ajuda financeira para estudar. Segundo Michelle, houve um “processo rigoroso” de seleção de locais onde seria importante investimento para garantir o acesso das garotas à educação. “Fizemos uma parceria com a plataforma GoFundMe e vamos criar uma plataforma para que qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, possa dar apoio à educação de meninas de vários países”, diz Michelle. Atualmente, seis projetos em em seis país diferentes estão disponíveis para receber contribuições financeiras. Há possibilidade hoje de ajudar garotas que moram em Washington, Uganda, Malawi, Índia, Gana e Guatemala.

Em artigo publicado nesta quinta-feira na CNN, Michelle conta que a ideia da iniciativa surgiu em sua última viagem ao exterior como primeira-dama. Na ocasião, ela visitou uma escola em Unification Town, localizada em uma pequena vila a uma hora de Monróvia, capital da Libéria, na África Ocidental. “Estive em uma sala de aula onde a única luz que vinha era do exterior. À medida que o tempo foi se fechando e as nuvens se acumulando, a sala inteira escureceu e eu tive dificuldade de ver os rostos de quem estava bem à minha frente”.

Deste dia, Michelle guardou a lembrança das alunas que, a despeito da escuridão, estavam ali. Caminhavam quilômetros ou acordavam de madrugada para trabalhar e conseguir pagar pelo ensino. A presença delas também dependia do arranjo que faziam em casa: estavam na escola quando não precisavam cozinhar, cuidar dos irmãos menores ou fazer atividades domésticas. “Isso quando elas não precisavam se casar adolescentes, desistir dos estudos, e viver em função dos objetivos de um homem”.

Com a Global Girls Alliance, Michelle quer garantir que garotas como as que conheceu, e tantas outras que vivem a mesma situação no mundo, não precisem desistir dos estudos por imposições alheias. “A evidência é clara. As meninas que frequentam a escola ganham salários mais altos, têm menores taxas de mortalidade materna e menor probabilidade de contrair malária e HIV. E estudos mostraram que educar meninas não é bom apenas para as meninas, é bom para todos nós”.

Além disso, Michelle diz que quer ajudar a enfraquecer uma mentalidade que ainda impera em muitos locais: a crença de que porque elas são mulheres, elas merecem uma educação inferior. “É a mesma mentalidade tóxica que impede meninas aqui nos Estados Unidos de acreditarem que podem se tornar cientistas da computação ou CEOs”, diz. Ao final do artigo, Michelle lembra que “o futuro de nosso mundo é tão brilhante quanto o futuro de nossas meninas”.

 

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