Militante feminista do movimento negro é inserida em grupo de neonazistas e vira alvo de ataques racistas

Grupo é composto por homens que se autodefinem como “hetero normais” e que “odeiam gays e nordestinos”

FONTEPor Marcelo Hailer, da Revista Fórum
Carol Inácio (Foto: @brunobarretofotografia / Reprodução Instagram @afrocarol)

No dia do seu aniversário, ocorrido no último domingo (8), a influencer e militante do movimento negro de Colatina (ES), Carol Inácio, ganhou o seu pior presente: teve o seu número de telefone inserido em um grupo de WhatsApp autodenominado “Homens nazistas” e sofreu uma série de ataques racistas.

Assim que teve o seu número inserido no grupo, os ataques começaram: “Negras fedem a bicho”, “mesma coisa que transar com animal”, “no BBB 2022 poderia ter uma senzala de vidro só para negros”.

Além dos ataques acima, Carol Inácio recebeu outros tão odiosos quanto: “Se chegar uma Nêga Obesa pra você, dizendo que você é privilegia e tem que dar a vez para ela, o que vai fazer?”, perguntou um dos membros do grupo nazista, e teve como resposta: “dou uma paulada na cabeça dela”.

A militante acredita que foi inseria no grupo por conta do seu posicionamento político e por ser integrante do Movimento Mulheres Negras de Colatina.

Em suas redes, Carol Inácio revelou que já procurou as autoridades e que registrou um Boletim de Ocorrência, pois, “tem medo de que algo pior aconteça”.

Apesar das ameaças, a militante afirmou que não vai se ausentar da luta política. “Reafirmo, não vou me ausentar da luta, independente das ameaças, eu só quero que as autoridades competentes investiguem esses casos. Estamos vivendo um retrocesso”, declarou Carol Inácio.

Homens opressores e nazistas

De acordo com informações d’O Globo o grupo no qual Carol foi inserido se chama “Realities – Red Pill Opressor” e se descreve como: “Somos homens, brancos, hetero normais, devido a isso te oprimimos, né? Portanto, assuma seu lugar de inferioridade total”.

Abaixo da descrição, mais informações dão tônica do grupo: “gayzismo é doença” e “feminismo é lixo”.

O grupo é administrado por um homem com o nome de Anderson e o telefone dele possui o código de Massachusetts (EUA) e ele se descreve como uma pessoa nazista e que odeia gays e nordestinos.

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