Ministério da Cultura discute criação de museu da memória afrodescendente

Helena Martins – Repórter da Agência Brasil –  Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O seminário Rumo ao Museu Nacional da Memória Afrodescendente, em curso na Fundação Cultural Palmares, em Brasília, discute o desafio de contar a trajetória do negro no país. Segundo o presidente da fundação, Hilton Cobra, essa história tem sido negada nos relatos oficiais. Por isso, é necessário reunir vestígios e conhecimentos, e construir um museu que seja capaz não apenas de relembrar, mas de atualizar o passado à luz dos desafios do presente.

O projeto do Museu Nacional da Memória Afrodescendente está a cargo do Ministério da Cultura, e ao participar do seminário, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, disse que a expectativa é que o espaço seja inaugurado em três ou quatro anos. Para tanto, um terreno de 65 mil metros quadrados na capital foi doado pelo governo do Distrito Federal. Instituições vinculadas ao ministério, como a Fundação Casa de Rui Barbosa, organizaram-se em grupo e discutem a proposta museológica. Além disso, a ministra adiantou que está sendo preparado um edital para o desenho arquitetônico.

Para a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, a instalação é um “passo extremamente importante para que possamos contar a nossa história”. Ela acredita que o museu incentivará pesquisas sobre a temática. Nesse sentido, a secretária de Educação Continuada, Alfabetização e Inclusão do Ministério da Educação, Macaé Evaristo, acredita que o museu poderá contribuir para a garantia do ensino da história e da cultura dos africanos e dos afrodescendentes, conforme determina a legislação.

Ao todo, existem 16 museus no Brasil que tratam especificamente da questão racial. Mesmo assim, a avaliação dos participantes do seminário, que segue até amanhã (28), é que falta um órgão que tenha capacidade de expressar a relevância da negritude, em nível nacional, para a constituição da história do país. Essa lacuna, eles esperam superar com a construção do museu nacional. “Não existe uma nação rica e desenvolvida sem a preservação de suas matrizes culturais”, afirmou o presidente da Fundação Cultural Palmares.

 

Fonte: Agência Brasil

+ sobre o tema

L’Ecole des Sables: o “chão” da dança contemporânea africana

Pés descalços no chão de areia. O calor senegalês...

China consolida posição nos media africanos

A China está também presente na comunicação social...

Morre o reverendo Antonio Olímpio de Sant’Ana

Morreu ontem (16/07/2021) em Piracicaba (SP), aos 84 anos,...

para lembrar

Pantera Negra e o racismo no universo nerd

Com elencos predominantemente negros, novas produções impulsionam discussões sobre...

Danças – Uma reverência a cultura afro brasileira

Para a Semana da Consciência Negra, a TV Brasil...
spot_imgspot_img

Lenna Bahule apresenta novo EP no Sesc Bom Retiro nos dias 04 e 05 de outubro

A cantora e compositora moçambicana Lenna Bahule faz show de lançamento do EP Nadawi, segundo capítulo da trilogia sonora Kumlango. O público de São Paulo vai...

Clássico de Carolina Maria de Jesus será lançado em audiolivro na voz de Tatiana Tiburcio

Obra mais conhecida de Carolina Maria de Jesus, "Quarto de despejo" será lançado no fim deste mês em audiolivro inédito pela Supersônica na voz de...

No dia de Cosme e Damião nossa fartura está no caruru, patrimônio imaterial da Bahia 

"São Cosme mandou fazer duas camisinhas azul, no dia da festa dele, São Cosme quer caruru" São Cosme E São Damião - Mariene De Castro Com...
-+=