#MídiaSemRacismo – Ministra da Seppir afirma que ajuste fiscal não prejudicará ações da secretaria

Em entrevista coletiva realizada com jornalistas de mídias negras esta manhã,  a ministra Nilma Lino Gomes, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) garantiu que o ajuste fiscal não irá prejudicar as políticas de igualdade racial. “A presidenta Dilma tem dito seguidamente que o ajuste fiscal não atingirá as políticas sociais. Eu acredito na palavra da presidenta e por isto afirmo que as políticas da Seppir continuarão.” A ministra afirmou que o ajuste fiscal atinge todos os ministérios e o que cada um terá que fazer é definir as prioridades. “Nós temos que definir as metas a curto, médio e longo prazo e isto faremos ouvindo os movimentos sociais, em especial o movimento negro”.

Por Dennis de Oliveira Do Portal Fórum

A ministra também afirmou que são apenas boatos que a Seppir possa ser extinta. “Não há nenhuma sinalização no governo a respeito disto, são apenas boatos vindos de posições expressas no Congresso Nacional, mas isto não tem impactado no Executivo”,  garantiu a ministra.

Outro ponto enfocado foi o avanço do conservadorismo expresso na aprovação na CCJ da Câmara dos Deputados da redução da maioridade penal, na discussão de projeto de lei que precariza as relações de trabalho e no aumento da violência contra a juventude negra. A ministra Nilma enfatizou que o governo – e a Seppir – é contra a redução da maioridade penal. “Eu tenho a certeza que a redução da maioridade penal atinge prioritariamente o nosso povo, os adolescentes negros e é uma medida baseada em falsas premissas pois as pesquisas mostram que uma pequena parte dos delitos é cometido por adolescentes e jovens”. Entretanto, ela afirmou que o avanço do conservadorismo vem na mesma proporção do avanço das políticas públicas.  “Esta onda conservadora é proporcional aos avanços que tivemos em políticas sociais que antes sequer estavam na agenda de debates. Neste momento, temos que nos articular para este enfrentamento. Nos processos políticos, há sempre estes avanços e recuos”.

A coletiva organizada pela Seppir teve uma novidade: os jornalistas convidados poderiam participar presencialmente em Brasília ou pela internet, pois ela foi transmitida ao vivo. Os participantes poderiam enviar as perguntas pela rede. Boa parte das perguntas enviadas referiam-se a política de comunicações do governo, as críticas aos critérios “técnicos” de publicidade governamental que tem favorecido as mídias hegemônicas em detrimento das alternativas, nas quais se incluem as mídias negras. A ministra foi enfática ao declarar que considera as mídias negras “como um campo de lutas” contra a mídia hegemônica, que ela tem um papel fundamental na formação da sociedade contra o racismo e que é preciso “desmitificá-la como um lugar apenas de denúncias, ela é produtora de conteúdo também”. Questionada sobre o financiamento destas mídias, a ministra afirmou que a Seppir, como um órgão do governo que tem uma característica transversal e articuladora, está em diálogo como o Ministério das Comunicações, da Cultura e Secretaria de Comunicação da Presidência da República para que estas demandas de financiamento das mídias negras sejam encaminhadas.

+ sobre o tema

A chance de se implantar a democracia digital

Esgotada a fase das passeatas e manifestações públicas,...

Redução da pobreza: moradores de favelas crescem menos do que a população total

  Y.Valentim,  Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa...

Feliciano condiciona renúncia à saída de petistas da CCJ

  O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias...

para lembrar

Confira as consequências para os empregadores que exploram o trabalho escravo

Nesse sábado (28), foi lembrado mais um Dia Nacional...

“Decifra-me ou te devoro”: a grande mídia e as manifestações – por Gilberto Calil

A muito custo pessoal, tenho encarado o desagradável...

São Paulo marca ‘beijaço de repúdio’ contra Marco Feliciano

Acusado de homofobia e racismo, deputado é alvo de...

Geledés Retrospectiva 2011

Matérias que foram mais acessadas...
spot_imgspot_img

Como Geledés combate a discriminação racial na arena internacional

As Nações Unidas estabeleceram o dia 21 de março como o Dia Internacional para Eliminação da Discriminação Racial como uma data em memória ao Massacre...

Centro brasileiro de Justiça Climática lança programa de fellowship exclusivo para jornalistas negros e negras 

O Centro Brasileiro de Justiça Climática (CBJC), organização nacional de destaque na luta por justiça climática e racial, acaba de lançar o Programa de...

Geledés cobra na CSW69 reformas institucionais concretas de distribuição de recursos

Em discurso irrefutável, durante a 69ª Sessão da Comissão sobre a Situação das Mulheres (CSW69), Carolina Almeida, assessora internacional de Geledés – Instituto da...
-+=