“Humaniza as redes” pretende criar ambiente virtual livre de preconceito

Medida prevê a criação de uma ouvidoria online e o lançamento do site Humaniza Redes, que irá receber denúncias de atos como racismo, homofobia, pornografia infantil e outros crimes cibernéticos

Por Maíra Streit, do CEERT

A presidenta Dilma Rousseff participou, ontem (7), do lançamento do Pacto pelo Enfrentamento às Violações de Direitos Humanos na Internet. O conjunto de medidas busca criar um ambiente virtual mais seguro e livre de ações discriminatórias. Para isso, foi implantada uma ouvidoria online, além do site Humaniza Redes, que irá receber e encaminhar denúncias de atos como racismo, homofobia, pornografia infantil e outros crimes cibernéticos.

Durante cerimônia no Palácio do Planalto, Dilma afirmou que é preciso intensificar o controle sobre violações de direitos humanos, mas sem prejudicar a liberdade de expressão dos usuários. “Temos a urgente tarefa de conciliar a liberdade de expressão e informação, com a garantia de direitos individuais”, apontou.

Em sua fala, a presidenta destacou que a internet não pode ser um espaço para a agressão, em que pessoas se sintam “escondidas no anonimato”. “Como extensão de nossa vida real, o mundo virtual da internet deveria ser regido por regras éticas, comportamentais e de civilidade”, afirmou.

Para o presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Internet (Abranet), a principal característica a ser ressaltada nas novas medidas é o investimento em ações educativas de prevenção, com orientações em empresas e também nas escolas, voltadas a pais, alunos e professores. “Quando foi pensado o projeto, antes de se tentar uma estrutura repressiva às liberdades, trabalharam a questão da informação, de colocar os direitos humanos de maneira simples e acessível para que tenham uma inserção não só nas grandes cidades, mas no interior do país”, comentou.

O Pacto é uma iniciativa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, realizada em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, a Secretaria de Políticas para as Mulheres, o Ministério da Justiça, o Ministério da Educação e o Ministério das Comunicações, com apoio do Comitê Gestor da Internet no Brasil e de empresas provedoras de aplicações na Internet – Google, Facebook e Twitter.

Confira abaixo o vídeo de divulgação do site Humaniza Redes:

+ sobre o tema

‘Repare Bem’, vencedor de Gramado, abre projeto Cine Direitos Humanos

Documentário da portuguesa Maria de Medeiros, com apoio da...

Mulheres negras são mais afetadas pela falta de saneamento básico no Brasil, diz estudo

A empresa brasileira de saneamento básico BRK Ambiental lançou...

Negros têm maior incidência de problemas de saúde evitáveis no Brasil, alerta ONU

Mortalidade de recém-nascidos antes dos seis dias de vida,...

Conselho Federal de Medicina deu atestado de ignorância ao repudiar campanha contra racismo

Fátima Oliveira: “O CFM não tem a menor noção...

para lembrar

Jornalismo parcial

Como a cobertura sobre as ocupações da madrugada do...

Corte internacional conclui audiência sobre trabalho escravo no Brasil

A Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos...
spot_imgspot_img

Geledés participou do Fórum dos Países da América Latina e Caribe

A urgência da justiça racial como elemento central da Agenda 2030 e do Pacto para o Futuro, em um ano especialmente estratégico para a...

Na ONU, Anielle Franco diz que reparação pela escravidão é ‘inegociável’

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, defendeu na ONU, nesta segunda-feira, a ideia de uma reparação diante dos crimes contra a humanidade cometidos...

‘Extremamente discriminatório’: como era atendimento médico antes do SUS

Há quase 40 anos, o Brasil tirava do papel o que, hoje, é considerado um dos maiores sistemas de saúde público do mundo, o...
-+=