As reflexões em torno do Dia de África devem despertar o interesse dos jovens pela pesquisa sobre o continente africano, afirmou a ministra da Cultura na terça-feira, em Luanda.
Rosa Cruz e Silva, que fez o discurso de abertura da Semana de Arte e Cultura Africana, em saudação ao 25 de Maio, Dia de África, que decorreu no auditório da Faculdade de Ciências Sociais, considerou que as investigações não permitem suprir as carências em termos de informação no ramo das ciências sociais.
“Há a necessidade de se conhecer melhor a história de África, para não transparecer que os angolanos se afastam da sua essência”, adiantou a ministra.
Rosa Cruz e Silva acrescentou que há muita matéria nos ramos das ciências políticas e no da antropologia que devem ser divulgadas. Na óptica da ministra, as reflexões sobre África são sempre necessárias para que se encontrem respostas para os problemas que afligem as sociedades africanas.
“Dizer que África foi o continente mais afectado pela crise económica é péssimo. Mas estaremos em condições de contestar ou aceitar esta afirmação caso conheçamos os projectos dos países e a trajectória dos líderes africanos”, disse Rosa Cruz e Silva.
Por sua vez, o professor universitário gabonês Jean Martil Mbah, que foi um dos conferencistas do tema “Cinquenta anos das independências: que caminhos para África?”, disse que a unidade entre os Estados africanos é uma das premissas para o futuro que o continente deve seguir.
Jean-Martil Mbah afirmou que os países africanos devem criar blocos e encontrar uma forma democrática para construir a unidade africana evitando, desse modo, dependência das políticas do mundo ocidental.
Programa
Esta semana de arte e cultura inclui, além de palestras, um concerto de música africana, espectáculos de dança, peças de teatro, feira do livro africano e um ciclo de cinema comunitário.
Hoje, o marco histórico do Cazenga acolhe, a partir das 10 horas, a Feira do Livro do Cazenga, que se prolonga até às 20 horas. O professor universitário Manuel Muanza vai proferir, no mesmo espaço, às 15 horas, uma palestra subordinada ao tema “Interacção histórica e estética das literaturas africanas”.
Amanhã realiza-se o concerto “Música Africana”, com a participação de Wiza, Kanda e Dodó Miranda, a partir das19 horas no Centro de Formação de Jornalistas (Cefojor). Antes, o escritor Abreu Paxe vai falar da “Projecção da tradição oral na literatura africana”. No sábado, a palestra tem como tema “Línguas africanas perante a globalização”, com o director do Instituto de Línguas Nacionais, Mbiavanga Fernando.
No domingo, a Companhia de Dança Contemporânea de Angola (CDC) apresenta, às 18h30, no Cine Nacional, o espectáculo “O homem que chorava sumo de tomates”, concebido pela coreógrafa Ana Clara Guerra Marques.
O encerramento vai ser na segunda-feira, com a última exibição dos filmes “Amistad”, do norte-americano Steven Spielberg, “Tsotsi”, do sul africano Gavin Hood, “Mbako”, do angolano Óscar Gil e “Ilha dos Espíritos”, do brasileiro Licínio Azevedo, nos centros culturais Agostinho Neto, de Catete, na província do Bengo, no de Cacuaco e no de Viana, e no Centro Recreativo Kilamba, no Rangel.
Fonte: Jornal Angola