Montadores da convenção tucana confessam ser eleitores de Lula e da candidata dele

Se em 2002 o clima de Copa do Mundo era a principal inspiração dos organizadores da convenção do PSDB que lançou José Serra à Presidência da República, este ano a “alma” nordestina deve prevalecer. O encontro hoje será no tradicional Clube Espanhol, no início da Baía de Todos os Santos, próximo ao Farol da Barra, um dos principais cartões-postais da capital baiana. Dois bonecos caboclos, vestidos de chita, irão receber os mais de 2 mil convidados previstos. O local foi escolhido às pressas, mas agradou aos organizadores. À beira-mar, o visual chama a atenção para aquilo que os baianos têm: mar azul, coqueiros… Já o sol não parece muito disposto a surgir. Nos últimos dias, o clima é instável, semelhante ao da política.

 

Os tucanos escolheram fazer a convenção no quarto maior colégio eleitoral do país para fortalecer o nome de Serra na região em que os índices de popularidade de Lula batem nas nuvens. Entre os trabalhadores do local, a estratégia tucana parece não ter dado certo. “Fico com Lula sempre”, diz Ângela Maria, 27 anos. Ela e três amigas foram escaladas para pintar as grades de segurança do evento. Desde segunda-feira, o quarteto trabalha das 8h às 18h. Recebem diária de R$ 20. “Não tem emprego. O que salva é o Bolsa Família, e isso quem dá é só o Lula. Estamos com ele de qualquer jeito”, comenta Cristiana Lima, que tem um filho de 8 anos e conta com o programa social para colocar “comida na mesa”.

 

As quatro não conhecem José Serra e não vão participar da festa de hoje. “Até pedimos para trabalhar depois na limpeza para ganhar um dinheiro a mais. Não teve jeito”, reclama Maria. Dilma? Para elas, “é a mulher do Lula”. Elas estão dispostas a colocar uma mulher na Presidência. Marina? Não conhecem. “Como gosto do Lula e parece que ele não pode ser presidente de novo, vou mesmo é na Dilma, aquela do cabelo…”, conta Ângela. Recentemente, a ex-ministra da Casa Civil, candidata do PT ao Planalto, rendeu-se ao cabeleireiro das estrelas, Celso Kamura, para dar um jeito nas madeixas. O novo corte e o tom mais claro ainda não agrada a todos.

 

Os 15 homens que trabalharam durante 10 dias na montagem da estrutura de 60 metros que irá proteger o tucanato do sol e da chuva também não escondem a simpatia por Lula. “Ele fez muito pela gente, né?”, afirma um jovem de 24 anos. Tímido, prefere não dizer o nome. Tem medo de que possa prejudicar no trabalho. “É que aqui todo mundo torce para o Serra.” Hoje, vão passar longe do clube. Devem-se concentrar nos jogos da Copa.

Fonte: Correio Brasiliense

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