Morre Edyr de Castro, integrante das Frenéticas

Enviado por / FonteDo Extra

Morreu na manhã de terça-feira, aos 72 anos, no Hospital Lourenço Jorge, a cantora e atriz Edyr de Castro, integrante do grupo Frenéticas. Moradora há alguns anos do Retiro do Artistas, ela sofria do Mal de Alzheimer, e estava internada com pneumonia no Hospital Lourenço Jorge, no Rio. O velório de Edyr acontece na quarta, às 10h, na capela 2 do Memorial do Carmo, no Caju. A cremação está marcada para as 13h.

As Frenéticas surgiram em 1976, quando o jornalista e produtor Nelson Motta inaugurou na Gávea a casa noturna Frenetic Dancing Days, idealizada para capitalizar a onda da disco music. Edyr, Leiloca Neves, Dhu Moraes, Lidoka Martuscelli (falecida em 2016) e Regina Chaves e Sandra Pêra eram a garçonetes da casa que, de surpresa, subiam no palco para cantar algumas músicas. Todas elas tinham experiências artísticas anteriores — Edyr, por exemplo, participara de uma montagem de “Hair”.

O primeiro sucesso do grupo foi com “Perigosa”, canção de Rita Lee e Nelson Motta. E seguida, veio “A felicidade bate a sua porta” de Gonzaguinha. O LP de estreia, “Frenéticas” (1977) foi um estouro instantâneo, vendendo 150 mil cópias. O grupo também foi responsável pela música “Dancin’ Days”, tema da novela homônima, de 1978. Ainda no final dos anos 1970, elas gravaram a abertura da novela “Feijão Maravilha”, da TV Globo, com a música “O preto que satisfaz” (de Gonzaguinha).

Desfeito em 1984, o grupo voltou oito anos depois para gravar o tema da novela “Perigosas peruas”. Em 2001, ele voltou novamente, apenas com Lidoka, Edyr e Dhu. O último show da cantora com as Frenéticas foi em 2011, em Florianópolis. Segundo Leiloca, já nessa época se manifestavam os sintomas do Alzheimer que a levariam a mudar-se para o Retiro dos Artistas, para receber cuidados especiais.

— Edyr já estava fora do ar há alguns anos, numa outra vibração,não reconhecia mais as pessoas — contou Leiloca, para quem Edyr era “a mais inteligente” das Frenéticas. — Enquanto nós cinco ficávamos falando ao mesmo tempo nas entrevistas, ela ficava calada, observando. E, numa só frase, conseguia resumir tudo o que a gente tinha falado.

Como atriz, Edyr de Castro participou de algumas novelas, entre elas, “Roque Santeiro” (1985), “Cambalacho” (1986), “Agora é que são elas” (2003) e “Sinhá Moça” (2006), todas da TV Globo. Seu último papel na TV foi na novela “Poder paralelo”, em 2009 na TV Record. Ela deixa uma filha, Joy, que teve com o cantor e compositor Zé Rodrix, falecido em 2009.

+ sobre o tema

“Kbela”, filme sobre a relação da mulher negra com o cabelo crespo, foi eleito melhor do MOV

O curta-metragem carioca Kbela, da diretora Yasmin Thayná (PUC-Rio),...

Alisamento, corte químico, tranças e turbantes: Do processo racista ao coroamento estético-racial

Eu sou Lorena Lacerda (@lorenlacre): mulher, negra, cis, soteropolitana...

A afetividade das mulheres negras

Você já parou para pensar sobre a vida afetiva...

Mães e gestantes negras na pandemia de covid-19: O desafio está ainda maior

As últimas semanas têm sido especialmente difíceis para conseguir...

para lembrar

Dona Zica Assis responde ao artigo: “Respeite nosso cabelo crespo”

Carta de Zica Assis - Beleza Natural   Oi Ana Carolina, Meu...

Descolonizar a língua e radicalizar a margem

Uma resenha sobre “Um Exu em Nova York” de...

Rita Bosaho é a primeira mulher negra eleita deputada em Espanha

O resultado das recentes eleições é histórico também porque...

Evento gratuito voltado à literatura afro-brasileira é realizado em Porto Alegre

12ª Festipoa Literária começa nesta segunda-feira (29) e segue...
spot_imgspot_img

A mulher negra no mercado de trabalho

O universo do trabalho vem sofrendo significativas mudanças no que tange a sua organização, estrutura produtiva e relações hierárquicas. Essa transição está sob forte...

Peres Jepchirchir quebra recorde mundial de maratona

A queniana Peres Jepchirchir quebrou, neste domingo, o recorde mundial feminino da maratona ao vencer a prova em Londres com o tempo de 2h16m16s....

O futuro de Brasília: ministra Vera Lúcia luta por uma capital mais inclusiva

Segunda mulher negra a ser empossada como ministra na história do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a advogada Vera Lúcia Santana Araújo, 64 anos, é...
-+=