Morre Tia Dodô, a porta-bandeira do primeiro título da Portela

Morreu, nesta terça-feira, Maria das Dores Alves, a Tia Dodô, da Portela. Ela estava internada desde o dia 22 de dezembro no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, na Zona Norte do Rio, com quadro grave de desnutrição e desidratação, somados a um tipo de infecção não divulgado. No último sábado, Dodô completou 95 anos de idade. A informação foi confirmada pelo assessor do vice-presidente da Portela, Marcos Falcon.

No Extra

Sambistas já lamentam em suas redes sociais a morte da primeira porta-bandeira portelense. Selminha Sorriso, porta-bandeira da Beija-Flor, relatou que rezou muito pela recuperação de saúde da “Rainha linda Dodô”. Outro que lamentou a morte de Dodô foi Diogo Jesus, atual mestre-sala da Mocidade.

O velório e enterro de Dodô será nesta quarta-feira no cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. A pedido da própria Dodô, nada será na quadra da escola. Ela repetiu diversas vezes que achava que a sede da escola era pra ser um local de alegria permanente.

História

Lendária porta-bandeira da Azul e branco, Dodô estreou na agremiação em 1935, aos 14 anos, conduzindo o pavilhão portelense e ajudando a escola a conquistar o primeiro dos 21 campeonatos. Natural de Barra Mansa, ela nunca deixou de estar com a Portela na Avenida. Ocupou o posto de primeira porta-bandeira até a década de 1950. Em 2004, teve papel de destaque no Sambódromo ocupando o posto de rainha de bateria. Há anos era de responsabilidade dela a organização da Ala das Damas, uma das mais tradicionais da escola, e à frente da qual sempre fez questão de desfilar. Católica fervorosa, era Dodô quem cuidava das cerimônias religiosas na quadra da agremiação, em Madureira.

Em 2004, teve papel de destaque no Sambódromo ocupando o posto de rainha de bateria, pelo qual ganhou o Estandarte de Ouro de Personalidade.

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