1- Mulheres negras só tem visibilidade em programações como a da Globeleza porque ainda somos tratadas como objetos só de desejo e diversão. Não dá para não interseccionar machismo e racismo para entender o porquê da necessidade de se colocar uma negra dançando seminua no Carnaval, na TV;
Por Stephanie Ribeiro, do Festival Marginal
2- A representatividade negra na televisão é mínima e mesmo assim fruto de muita luta. Não dá para não questionar todo o racismo por trás da Rede Globo;
3- Não existe negra de verdade e nem negra de mentira, existem padrões de beleza pautados na branquitude que colocam a beleza de uma mulher negra como sendo superior a de outras mulheres negras, por ela se aproximar do que a própria branquitude pauta como bonito. Não entrem nesse jogo de achar que existe uma competição entre negras, existe um mundo racista e nenhuma beleza é superior a outra;
4- A própria Rede Globo tenta embranquecer suas “musas” as chamando de morena/mulatas. Isso é tentativa de amenizar a identidade delas, que julgam ser ofensiva. Mas ser NEGRO não é ofensivo! Além do mais, mulata é um termo machista, de origem espanhola, e a palavra vem de MULA, que nada mais do que o cruzamento entre cavalos e jumentas, no caso homens brancos senhores e estupradores e mulheres negras escravas;
5- Trataram a Nayara Justino de forma desumana, racista, humilhante e ainda criaram a ilusão de que a beleza de Érika Moura, a nova Globeleza, é superior a dela, quando não é. Por favor não comprem essa ideia;
6- Não somos exóticas! Somos mulheres negras belas e reveja o que você atribui como beleza exótica, pois geralmente essa expressão é direcionada à mulheres negras próximas ao padrão da branquitude, como Camila Pitanga, que é negra sim! E nunca vai deixar de ser;
7- E gostos e preferências se discutem, sim! O conceito de beleza também! Vivemos num mundo racista e machista, ONDE GOSTO É CONSTRUÍDO! Não querer discutir e desconstruir, não agrega em nada na luta contra tais opressões.
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