Artistas do movimento Hip Hop apontam que sofreram agressão em ação truculenta da Polícia Militar em Belém. Os jovens estavam na praça do Marex, quando foram abordados.
Eles alegam preconceito e marginalização da Polícia com o movimento cultural. Segundo relatos, havia um adesivo de candidato fazendo com o grupo tenha entendido que “divergência política” possa ter motivado a ação dos policiais.
Em nota, a Polícia Militar disse que foi acionada para atender denúncia de moradores sobre consumo de drogas na praça Dom Miranda de Vilas Boas, no Marex. Mas nada foi encontrado, segundo a corporação.
A PM informou ainda que vai apurar as denúncias e não compactua com desvios de conduta dos agentes.
Um dos jovens detalhou como foi a ação policial. “A gente estava fazendo o nosso movimento social que é as batalhas de rimas, e logo quando a gente estava dando início, a PM chegou abordando a gente de forma abusiva e acabou humilhando a gente”.
“Criminalizando ainda mais a gente, falando que a gente estava escutando som de vagabundo, nos ofendendo. Agrediram artistas que iam fazer parte do movimento, com tapas no rosto”.
Outro jovem afirma que a ação foi “algo muito opressivo e humilhante”, alegando que houve “pressão psicológica”, que o grupo teve equipamentos quebrados, celulares.
O caso foi denunciado à Polícia Civil. “Essa marginalização é frequente, é coisa que a gente precisa quebrar, porque o rap traz consciência, educação, é uma forma de protesto e não vão nos censurar”.
As batalhas de rap reúnem jovens em duelo de rimas, carregado de críticas sociais, denúncias contra o racismo e histórias de superação.
Na praça do Marex, os encontros são tradicionais, mas agora o medo entre os jovens se tornou uma realidade. “Com certeza foi uma injustiça, ficou muito claro o preconceito, a questão da repressão quanto ao nosso movimento, que é de resgate social, não só de jovem, mas de crianças e adolescentes também”.
“Nosso trabalho é muito importante para a comunidade, inclusive com a ocupação desses espaços públicos, porque também afasta a marginalidade, a questão do uso de drogas, o tráfico. É um movimento que traz arte, propaga cultura, união e respeito”.