Movimentos protestam contra genocídio na periferia

Com velas e crucifixos nas mãos, cerca de 200 pessoas ligadas a movimentos sociais protestaram nesta quarta-feira (11) contra o genocídio da população negra e pobre no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (MASP), na Avenida Paulista, em São Paulo (SP).
O objetivo do ato foi denunciar as chacinas que se intensificaram no mês de junho na capital paulista. Segundo dados do Sistema de Informações Criminais (Infocrim) da Secretaria de Segurança Pública, 127 pessoas foram assassinadas em apenas 11 dias.

A maioria dessas mortes ocorreu na periferia de São Paulo. Em geral, a autoria é atribuída a grupos de extermínio não identificados, mas apontados pelos movimentos de serem ligados à Polícia Militar. As vítimas mais frequentes são jovens negros.

Segundo o coordenador nacional de relações internacionais do Movimento Negro Unificado, Milton Barbosa, no Brasil há um projeto de genocídio da população negra, expresso em ações de repressão ou na falta de políticas públicas.

“Nesse país há um projeto de genocídio da população negra que se expressa na matança da juventude negra: violência policial, grupos de extermínio, narcotráfico. E nos hospitais doenças que estavam sob controle voltam a matar, tuberculose, cirrose, desnutrição. Isso no nosso entender faz parte de um projeto de genocídio.”

Segundo o Mapa da Violência 2012, entre 2001 e 2010 o número de vítimas brancas, de 15 a 24 anos, caiu 27,5% (de 18.852 para 13.668), enquanto que de vítimas negras aumentou 23,4% (de 26.952 para 33.264). Anualmente, morrem 139% mais negros do que brancos na faixa dos 15 a 24 anos.

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De São Paulo, para a Radioagência NP, José Francisco Neto.

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