“Mulheres devem estar no centro da resposta ao surto de zika”

Apelo é da diretora-executiva da ONU Mulheres; Phumzile Mlambo-Ngcuka pede que homens apoiem parceiras grávidas; ela lembra que milhares de casos de microcefalia no Brasil ainda estão sendo estudados.

Leda Letra, da Radio Onu

As mulheres devem estar no centro da resposta ao zika vírus, na opinião da diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka.

A ONU Mulheres está trabalhando com a Organização Mundial da Saúde, OMS, no combate à epidemia. A diretora da agência quer garantir que os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres estejam no centro das políticas de resposta ao surto.

Brasil

Segundo Phumzile, pelo menos 52 países já foram afetados pelo zika, a maioria dos casos registrados no Brasil e na Colômbia. No estado da Bahia, 65% dos pacientes são mulheres.

Sobre a microcefalia, a diretora da ONU Mulheres lembra que a OMS e cientistas estão estudando o aumento dos casos e a relação com o zika. Outro foco das pesquisas é saber se o vírus pode mesmo ser transmitido durante relações sexuais.

Gravidez

Enquanto mais de 580 casos de microcefalia foram confirmados no Brasil, outros 4 mil continuam sendo investigados.

A OMS recomenda às mulheres o uso de repelentes e de acompanhamento médico para as grávidas ou para as que planejam engravidar. E a agência lembra: ficar grávida é uma decisão pessoal que precisa ser respeitada, mesmo durante o surto de zika.

A chefe da ONU Mulheres diz que as moradoras do Brasil precisam de informações claras sobre como se proteger da infecção e de uma gravidez indesejada.

Phumzile defende o acesso a contraceptivos e a serviços de saúde reprodutiva – especialmente na América Latina, região onde mais de 50% das gravidezes não são planejadas.

Phumzile Mlambo-Ngcuka destaca: os homens têm um papel vital para evitar uma gravidez, para apoiar a decisão da mulher grávida e para ajudar nos cuidados com a criança.

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