Negras, lésbicas, gordas e transgêneros são personagens ainda raras nas obras audiovisuais mais consumidas atualmente e sua representação é quase inexistente no principal produto do tipo no Brasil: as novelas. Quando aparecem, são tratadas de maneira caricata e jocosa, o que acaba reforçando estereótipos e preconceitos que a nossa sociedade insiste em cultivar.
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Na contramão dessa tradição, Mulheres em Série traz, já em seu primeiro episódio, a força das mulheres comuns, os dramas reais e os inúmeros preconceitos que essas protagonistas sentem na pele, como milhares de brasileiras todos os dias. Letícia, por exemplo, a mulher transgênero que sonha em ser mãe, interpretada por uma atriz negra e também transgênero, representa os desafios desse grupo ainda marginalizado em nossa sociedade: segundo pesquisa da Transgender Europe, o Brasil é o país que mais mata transexuais no mundo.
Os fantasmas do passado de Madalena, uma figura solitária e enigmática, se revelam cada vez mais obscuros diante das câmeras, inserindo o espectador no terror que ainda habita seus pensamentos. A personagem simboliza a luta feminina por direitos e traz consigo o peso da tortura e a humilhação que sofreu na juventude pelas mãos da ditadura militar.
A série começa escancarando tabus em cenas que transitam entre a delicadeza e a perplexidade, provocando incômodo e comoção, como no diálogo entre a jornalista Claudia e a estudante Pietra, que conta em detalhes o estupro sofrido no campus da universidade em que estuda. Com uma trilha sonora forte e contundente Mulheres em Série abre caminho para uma séria reflexão sobre o conceito de “mulher padrão” e o protagonismo feminino em uma sociedade sexista.
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