Mulheres marcham contra o machismo em Paris

Aproximadamente 100 mulheres participaram neste sábado (1º), em Paris, de uma “Marcha das Vadias” para protestar contra o machismo e o ato de culpar as vítimas de agressões sexuais.

Vestidas com saias curtas, shorts e, em alguns casos, com seus sutiãs a mostra, as manifestantes levaram balões vermelhos em forma de coração em um desfile desde Montparnasse até a Place du Pantheon. Elas carregavam uma faixa escrita “um estupro jamais é consentido, nem provocado, e nunca a culpa é da vítima”.

“Estou aqui porque estou farta de escutar frases desagradáveis no telhado quando me visto bem, ou que apertem minha bunda nas festas. Somos mulheres, temos seios e bunda e não existe motivo para esconder”, explicou Flora Birster, uma estudante de 20 anos, com um vestido decotado.

“Nenhuma forma de violência ou violação é aceita, desculpável ou tolerável. Ninguém pode nos dizer como nos vestir”, afirmou Marie Surgeres, 33 anos, que disse ter sido vítima de estupro.

“O caso Strauss-Kahn revelou o machismo de nossa sociedade. Mas a ‘slutwalk’ [marcha das vadias] nasceu fora deste caso”, disse Gaelle Hym, líder nacional da organização Slutwalk na França.

A “Slutwalk” é um conceito que nasceu em Toronto no mês de abril em resposta “às declarações machistas de um policial” que investigava uma série se estupros em uma universidade, segundo uma partidária da Slutwalk francesa.

– Durante uma reunião de prevenção, este policial aconselhou as mulheres de não se vestirem como ‘sluts’ [vadias] se não quisessem ser estupradas.

A organização afirma que na França 137 mulheres são estupradas diariamente, e a cada dois dias e meio uma mulher morre vítima de violência doméstica.

Fonte: R7

+ sobre o tema

Mulheres negras: Um duplo desafio para o sistema de Justiça

Mary Aguiar foi a primeira juíza negra do nossos...

Uma em cada cinco crianças nascidas no país é filha de adolescente

Aos 17 anos, Sandra Maria da Silva, 40, dava...

O mercado de trabalho é machista e racista, diz dirigente da CTB

Se as mulheres recebem salários 26% menores que os...

Nem hashtags, nem desculpas: assédio sexual não é erro, é crime

JOSÉ MAYER DIZ ter errado. Já publicou carta em...

para lembrar

Débora Diniz: ‘Ser contra ou a favor do aborto é pergunta muito masculina’

A antropóloga Débora Diniz é alvo de um "redemoinho...

Angela Davis: “O desafio é manter a esperança quando não vemos sinais”

Angela Davis, filósofa professora americana, é como uma estrela...

Memória Lélia Gonzalez: tributo que reativa o combate ao racismo e ao sexismo

“Um dia como esse tira qualquer mágoa do coração” Jê...

Modelo negra é condenada por assalto, apesar de provar que não estava na cidade

Apesar de apresentar provas sobre sua inocência, a modelo Bárbara Querino...
spot_imgspot_img

Lula sanciona lei que aumenta pena para feminicídio

O presidente Lula (PT) sancionou, nesta quarta-feira (9), a lei que aumenta do feminicídio para até 40 anos. O texto também veta autores de crimes contra mulheres de...

Nota Pública ao PL 4266/2023: Consórcio Lei Maria da Penha – 2024

O Consórcio Lei Maria da Penha pelo Enfrentamento a Todas as Formas de Violência de Gênero contra as Mulheres (Consórcio Lei Maria da Penha),...

Só sete estados têm leis específicas de proteção contra assédio sexual a servidores

Apenas sete estados contam com leis que visam ampliar a proteção contra assédio sexual de servidores. Nesses locais, os estatutos de profissionais públicos vão além do...
-+=