Mulheres perderam mais emprego na pandemia do que homens, diz IBGE

Levantamento mostra que, em 2020, enquanto o número de homens assalariados caiu 0,9%, o de mulheres caiu 2,9%

FONTECorreio Braziliense
Foto: Marcos Santos/USP

A participação feminina no mercado de trabalho atingiu o menor nível desde 2016. Os dados fazem parte de uma pesquisa, divulgada nesta quarta-feira (23/06), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento aponta que a queda foi de 44,8% em 2019 para 44,3% em 2020.

De acordo com o gerente da pesquisa, Thiego Ferreira, os setores que historicamente são mais ocupados por mulheres tiveram uma retração. “Foi o que aconteceu, por exemplo, com educação, composto majoritariamente por mulheres (66,9% do total), que perdeu 1,6% do seu pessoal assalariado. Já na construção, setor em que 90,6% dos ocupados são homens, houve aumento de 4,3% no número de assalariados”, diz.

A pesquisa revela ainda que o setor do comércio, composto por 19% de mulheres, registrou queda de 2,5%. “Do total de 825,3 mil postos de trabalho perdidos entre 2019 e 2020, cerca de 593,6 mil (ou 71,9%) eram ocupados por mulheres”, mostra o levantamento.

Número de sócios e proprietários nas empresas cresceu

Os dados da pesquisa apontam o aumento de empresas, sócios e proprietários. O crescimento foi marcado pela presença de 301,8 mil pessoas a mais no ano de 2020 em relação a 2019. Para Thiego, esse resultado pode estar relacionado com a perda de empregos.

“Diante do desemprego, muitas pessoas resolveram abrir o próprio negócio. É o caso de pessoas que trabalhavam em restaurante, foram demitidas e começaram a vender comida em casa. Se a empresa que foi aberta tem CNPJ, declara o eSocial e não for MEI, ela entra nessa conta”, explica o pesquisador.

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