Musk sugere anistia para policial que matou George Floyd

O morador de Minneapolis Michael Wilson comemora em frente à imagem de George Floyd a condenação do policial Derek Chauvin - Imagem: Adrees Latif/Reuters

O bilionário Elon Musk sugeriu repesar a condenação da Justiça contra Derek Chauvin, o policial que assassinou George Floyd, em 2020. O agente que asfixiou o americano na cidade de Minneapolis foi condenado a 22 anos de prisão.

A morte de de Floyd causou protestos pelos EUA, com uma repercussão global. O caso levou a ONU a criar um mecanismo para avaliar a violência policial contra a população negra e a vítima se transformou num símbolo da luta contra o racismo.

Desde a vitória de Trump, porém, alguns de seus aliados iniciaram uma campanha para que o caso seja reavaliado, enquanto a Casa Branca ordenou universidades, entidades esportivas e empresas a acabar com programas de promoção de diversidade. Durante o Super Bowl, no mês passado, a campanha de combate ao racismo foi suspensa.

Ben Shapiro, colunista ultraconservador, foi às redes sociais defender que Derek Chauvin tenha seu julgamento reavaliado.

“Há uma pessoa que o presidente Trump deveria perdoar das acusações federais imediatamente – seria incrivelmente controverso, mas acho que é absolutamente necessário – essa pessoa é Derek Chauvin”, disse Shapiro. Sem apresentar provas, o influenciador insistiu que o policial não cometeu o crime e que Floyd teria morrido por outros motivos.

Todas as informações coletadas pela investigação provam o contrário. Durante o julgamento, os promotores exibiram a câmera do corpo dos policiais e vídeos de pessoas que passavam pelo local. Neles, Chauvin estava ajoelhado no pescoço de Floyd, gritando “não posso respirar”.

Mesmo assim, Musk respondeu ao comentário: “Isso é algo para ser pensado”.

Sua postagem fez com que a defesa pela anistia ao policial ganhasse uma nova repercussão nas redes sociais, principalmente na plataforma X, onde não há qualquer moderação para discursos racistas.

Em resposta, o procurador-geral de Minnesota, Keith Ellison, criticou a possibilidade de uma anistia.

“Derek Chauvin assassinou George Floyd na frente do mundo inteiro”, disse. “Ele foi condenado por homicídio em segundo grau e homicídio culposo em segundo grau no tribunal estadual de Minnesota por um júri de seus pares e sentenciado a 22 anos e meio de prisão”, afirmou.

“A Suprema Corte de Minnesota manteve sua condenação. Trump não tem poder para perdoar a condenação estadual de Chauvin. Um perdão da condenação federal de Chauvin o levaria de volta a Minnesota para cumprir o restante de sua sentença na prisão estadual. O único propósito concebível seria expressar ainda mais desrespeito por George Floyd e mais desrespeito pelo estado de direito”, concluiu.

A reação de Musk, ainda assim, deixou a família de Floyd em estado de alerta. Paris Stevens, primo da vítima, afirmou que um perdão “prejudicaria a democracia”.

“Acredito sinceramente que isso vai acontecer por causa dos indivíduos envolvidos”, lamentou Selwyn Jones, tio de Floyd.

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