Diego Rocha Pereira, que afirma ter gravado o vídeo que levou ao afastamento de William Waack, considera que não fez nada de errado e não teme nenhum tipo de reação ao seu gesto. “Não tô receoso. Quem cometeu o crime foi ele. Uma ofensa racial gratuita. Imagina se alguém te faz uma ofensa dessas no trabalho?”, pergunta.
por Mauricio Stycer no Blog Mauricio Stycer no UOL
Reprodução Instagram
Pereira trabalhou na Globo, em São Paulo, entre 2012 e 2017. Conta que deixou a empresa em janeiro, num corte de pessoal. A gravação foi feita em 8 de novembro de 2016. Pergunto a ele por que não divulgou o vídeo assim que o gravou. “Ia postar no You Tube, mas fiquei com medo de ser demitido e não postei. Depois perdi o vídeo e só o recuperei há alguns meses”, conta.
A autoria do vídeo foi revelada no meio da tarde desta quinta-feira (09) pelo site da Jovem Pan. Pereira foi ajudado na divulgação do material pelo designer gráfico Robson Cordeiro Ramos.
Insisto em uma questão. “Você não violou uma regra do seu trabalho?” E Pereira responde: “Se eu cometi um crime? Ele cometeu um crime antes de mim. Não teria feito isso se não tivesse me ofendido.”
Pergunto se tinha algum problema com Waack. “Não o conhecia pessoalmente. Nunca me fez nada. Mas o pensamento dele não é cabível. Fiz o que era necessário”, diz.
O operador de VT diz que havia várias pessoas na sala, em São Paulo, quando Waack fez os comentários de cunho racista. “E ninguém falou nada”, diz. Questionado sobre quem estava na hora, não quis citar os nomes.
Ele afirma trabalhar atualmente como free-lancer na área de edição. “Já me falaram que não vou mais conseguir trabalho. Se isso acontecer, mudo de setor”, diz.
A Globo confirma que Pereira é ex-funcionário da emissora.