Durante um encontro científico intitulado “Sociedade Secular e seus inimigos”, em 2009, no New York Academy of Sciences com a presença de Richard Dawkins, Neil deGrasse Tyson, Ann Druyan e Victor Stenger para debater sobre a educação científica, a natureza da ciência, várias estratégias para o avanço da ciência na sociedade, as ameaças à educação científica, as relações da ciência com a religião, cultura popular e ainda o racismo e sexismo na ciência, a resposta do astrofísico Neil deGrasse Tyson, cientista estadunidense mundialmente conhecido, a um dos ouvintes da plateia foi primorasa.
A questão foi provocativa: “O que se passa com as garotas e a ciência?”E, quando D.J. Grothe, o mediador da mesa, diz que a questão é fora do tema, o questionador ironiza: “fora do tema, mas ‘cientificamente correta’. Com sua questão, o interpelador sugere que diferenças genéticas explicariam o fato de haver bem menos mulheres no campo da ciência do que homens.
Embora tenha Ann Druyan componha a mesa, Tyson, toma a palavra e devolve a ironia feita sobre a questão de gênero, aproveita pra apresentar as identidades socialmente construídas sobre mulheres e negros e a explicar para seu interlocutor que desigualdades historicamente construídas antecedem as diferenças genéticas. Como disse, sua resposta é espetacular.
Acusada de sexismo, Lego lança coleção de cientistas mulheres
Iniciativa partiu de uma geoquímica sueca que questionou esteriótipos reproduzidos pela fabricante em seus brinquedo
Quando vem à cabeça de uma criança a imagem de profissionais da área de ciências, ela provavelmente imaginará um físico famoso. Ou um astrônomo com suas lunetas ou um inventor exótico com suas bugigangas típicas do personagem Professor Pardal. Todos homens. Pensando em quebrar o sexismo desde a infância, a marca de brinquedos Lego anunciou que lançará em agosto uma coleção somente de bonecos de cientistas mulheres. Em breve, crianças poderão encontrar nas prateleiras exemplares como a de uma paleontologista entre esqueletos de dinossauros ou uma química em seu laboratório.
A nova série de produtos tentará quebrar uma marca na Lego, que tornou-se conhecida por lançar brinquedos baseados na divisão por gênero. Em uma outra linha de bonecos, chamada de Lego Friends, meninas eram obrigadas a brincar com blocos de construir onde mulheres eram reproduzidas em padarias, cozinhas ou em salão de beleza. A diferença entre os sexos era tão nítida que uma criança de apenas nove anos escreveu uma carta para a empresa questionando por que a Lego tinha “muitos meninos e quase nenhuma menina”.
A mudança, no entanto, não partiu da própria empresa, mas sim de Ellen Kooijman, professora de Geoquímica em Estocolmo, na Suécia. Cansada de ver estereótipos serem reproduzidos pela fabricante, Kooijman escreveu para a seção “Ideias da Lego” pedindo que a linha de brinquedos fosse revista. No site, os entusiastas podem enviar e votar em idéias para conjuntos que eles querem ver disponíveis em lojas de brinquedos. Quando um projeto recebe 10 mil votos, a sugestão segue para ser avaliada por um conselho formado por cenógrafos e representantes de marketing.
Depois de testar os conceitos de estabilidade, jogabilidade, segurança, ajuste de mercado e mais, o conselho seleciona uma idéia para se tornar o próximo produto Lego Idéias. O criador é reconhecido por inspirar o produto e ainda recebe um corte de vendas do produto.
Extraido do Blog da Maria Frô