Caminhada percorreu as principais ruas do Centro de Macapá.
Intolerância religiosa foi um dos temas abordados pelas mulheres na marcha.
Por Aline Paiva do G1
Cerca de 200 pessoas participaram da segunda Marcha das Mulheres Negras do Amapá que aconteceu na sexta-feira (4). A marcha percorreu as principais ruas do Centro de Macapá com objetivo de mostrar a luta de várias entidades contra a discriminação e a intolerância racial no estado.
Suane Brazão, integrante da organização da marcha, o evento reivindicou políticas afirmativas para as mulheres negras do Amapá. Atualmente as mulheres negras somam cerca de 49 milhões, totalizando 25% da população brasileira.
“A marcha é um momento para a gente trazer todas as reivindicações do movimento negro, pois tem uma série ações que ainda não foram sistematizadas e precisam ser transformadas em políticas públicas para que possa chegar lá na mulher do quilombo”, disse.
Maria Nazaré, de 59 anos, da comunidade quilombola do Curiaú, diz que a marcha é importante pois ajuda na luta das mulheres negras contra o preconceito. “É muito importante porque nós mulheres negras temos uma batalha, uma luta contra a desigualdade racial e também no nosso trabalho, pois se já tem discriminação com a mulher no ambiente trabalhista, imagina com a de cor, muito mais ainda”, contou.
Acesso a transporte para as comunidades quilombolas, regularização de terras, luta contra o racismo e a intolerância religiosa foram alguns dos temas abordados durante a marcha.
“Transporte coletivo para as comunidades quilombolas é extremante excludente. Apenas a comunidade quilombola do Curiaú tem transporte regularizado. É apenas um ônibus que passa de duas em duas horas até o Centro. Mas e as comunidades de Campina Grande, Lagoa dos Índios e Maruamun?”, reclamou Suane Brazão.