Essa mulher jamais deve ser esquecida! Clementina de Jesus, uma mulher negra que muito nos orgulha, nos representa. Um exemplo de resistência. Nascida no estado do Rio de Janeiro, cantora popular, de terreiro e ex-doméstica, cantava por descontração e só fez um show após ter 60 anos de idade. Como não se identificar com ela? Presto minha homenagem a ela, salve mulher negra de luta.
Por Aline Alves Joaquim, do Imprensa Feminina
Reverenciava os laços entre Brasil e a “África” com cânticos religiosos em Iorubá, relembrando sua ancestralidade e também canções de romaria. Com sua voz potente e inconfundível, ela incansavelmente resgatou essa ligação que nos difere de qualquer outro povo. Marcante também foi seu partido alto, mas todos esses elementos fizeram com que ela fosse essa figura icônica.
De 1901 até 1987. Esse foi o tempo que essa sensacional mulher viveu. Ela foi o reflexo de muitas mulheres negras, inserida em um espaço que lhe foi atribuído com o trabalho doméstico e a negação de outros espaços, mas que arduamente conquistou com seu inegável talento.
Viveu por 86 anos, mas teve apenas 24 de carreira artística. Foi grande a espera para que essa voz nos fosse alcançada e disseminada. É um dos nossos símbolos de resistência com sua música em forma de reconhecimento e resgate do povo negro.
Que todos nossos representantes nos cheguem há tempo, que nenhuma invisibilidade nos persiga , salve ancestralidade, salve resistência negra, salve Clementina!