Nota pública ao Jornal A TARDE – Matéria “Plano Juventude Viva” Solicitação de errata

Durante um tempo eu venho me recusando a dar entrevista à imprensa sobre o tema “Segurança Pública“, nos últimos meses fui procurado por vários veículos de comunicação e não aceitei. Ontem recebi uma ligação do Jornal A TARDE perguntando minha opinião sobre o índice de homicídios contra a juventude negra (dados do Mapa da Violência) e sobre o Plano Nacional de Prevenção a Violência Contra a Juventude Negra que foi lançado ontem (27), em Maceio (AL). Como estou desde o inicio acompanhando a elaboração e formulação do Plano aceitei dar entrevista.

Na matéria que saiu dia 28, no Jornal A TARDE pg. A4, “Plano estimula o combate à violência contra jovens negros“, entre os destaques tem um que está escrito “A maioria dos jovens morre por brigas de tráfico ou auto de resistência“, o qual supostamente eu assino, um erro grave do editor do caderno ou do jornalista. Em momento nenhum da entrevista eu afirmei isso, quem conhece minha atuação no movimento social e nos espaços de participação política (Conferências, seminários, audiências, congressos e etc..), sabe que não concordo com esse discurso, que é um discurso que tira a responsabilidade do estado, o qual tem a responsabilidade de garantir a vida desses jovens como rege na constituição brasileira, e esse é um discurso eurocêntrico, da elite desse país que contribui com o extermínio desses jovens, da mídia sensacionalista que criminaliza a juventude negra e violam seus direitos todos os dias sem serem punidos.

Solicito uma ERRA sobre a matéria ao jornal A TARDE, e tenha cuidado com o que escreve, colocar palavras na boca das pessoas é um erro muito grave. Acredito que foi um erro de digitação ou de entendimento, pois o que falei para a jornalista foi totalmente ao contrario, falei que temos que desconstruir o discurso de que os jovens que morrem nas comunidades eram envolvidos com tráfico de drogas ou foi auto de resistência, que essa desculpa não cola mais, eles estão sendo exterminados, e por mais que ele cometa qualquer delito não existe pena de morte no Brasil.

Leia o texto do A TARDE e tirem suas conclusões:


Conhecido como Dj Branco, Hamilton Oliveira, que trabalha com a mobilização de jovens por meio do hip hop, chama a atenção para o risco de o programa lançado pela ministra não ser aplicado de forma adequada.
Para Dj Branco, faltam políticas públicas. “Na área da saúde, educação, moradia e acesso ao trabalho. A maioria dos jovens morre por brigas de tráfico ou auto de resistência. A questão da mortalidade só será resolvida quando encararmos o racismo como problema estruturante”. Reclama.
Continuo acreditando que foi um erro de entendimento.

Atenciosamente,

Hamilton Oliveira (Dj Branco)
Diretor da Comunicação, Militância e Atitude Hip Hop – CMA HIP HOP
Conselheiro do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado da Bahia – CDCN

 

 

Fonte: Correio Nagô

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