O jornal norte-americano The New York Times publicou nesta terça-feira (24) matéria sobre o atual escândalo da política brasileira, envolvendo a transcrição da conversa gravada entre o ministro do Planejamento, Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado.
Falas privadas desmentem frontalmente o discurso público do impeachment
Segundo a reportagem, este fato significa um grande revés para o início de campanha do presidente interino Michel Temer, porque o relatório de gravações sugerem que um de seus ministros conspirou para interferir na investigação do caso de corrupção da Petrobras, e impulsionar o impeachment da Presidente Dilma Rousseff.
O principal jornal dos EUA conta que Michel Temer assumiu temporariamente a presidência no dia 12 de maio, após a aprovação da suspensão de Dilma por até 180 dias, sendo iniciado o processo de impeachment contra a presidente.
O texto do NYT argumenta que as transcrições demonstram as verdadeiras motivações para o processo de impeachment, nas confissões de um de seus mais importantes articuladores.O jornal interpreta que nestas transcrições fica muito claro que Dilma tinha que ser afastada para possibilitar uma negociação que interrompesse a investigação da Lava Jato. Foi Jucá que comandou o movimento decisivo para a movimentação da engrenagem que permitiu a votação na Câmara, o desembarque do PMDB. Foi ele, como presidente em exercício do partido, que declarou: “neste dia histórico para o PMDB, o partido deixa o governo Dilma Rousseff”.
As falas privadas, conforme descreve o The New York Times, desmontam o discurso públicodo impeachment e enfraquecem as possibilidades de Michel Temer estabilizar a economia e política do país, mergulhado em incertezas.
Michel temer substituiu o gabinete inteiro, procurando ganhar ‘confiança e atrair novamente os investidores brasileiros para sair da pior crise econômica do país em décadas. No entanto, ele nomeou muitos ministros já enredados nas investigações do maior caso de corrupção do Brasil.