Uma criança australiana aos seis anos de idade está começando na escola, aprendendo a ler e escrever, e brincando com seus amigos no resto do tempo. No Sudão do Sul, com a mesma idade Deng Adut foi sequestrado de sua família e, depois de marchar 33 dias, recebeu uma metralhadora e foi treinado para se tornar um soldado na guerra que devastou seu país.
Do Hypeness
Aos 12 anos, no lugar de viver as primeiras doces emoções da adolescência, Deng foi baleado nas costas, e retirado escondido do Sudão até o Quênia, para um campo de refugiados. De lá, a ONU conseguiu transferi-lo como refugiado para a Austrália, em 1998 – e aí que a história oferta uma comovente e contundente transformação.
Os soldados-criança da guerra do Sudão do Sul
Deng chegou a Austrália como um jovem soldado, analfabeto, à deriva diante de um imenso choque cultural. O que poderia intimidar muitos, para ele se transformou em estimulo.
Ele aprendeu sozinho a ler e escrever, foi viver em seu carro, terminou a escola, entrou para uma faculdade de direito e se formou. A escolha pelo direito se deu justamente para que possa ajudar outras pessoas com historias similares à sua.
A Western Sydney University, onde Deng estudou para se tornar advogado, promoveu um impressionante anúncio contando e homenageando sua história.
Deng agora é um dos indicados ao prestigiado prêmio de Australiano do ano – não só por sua história de resiliência e superação, como também por sua contribuição ao país que o acolheu, e pela afirmação do quanto os refugiados podem trazer e oferecer, de forma geral, fora de uma situação de guerra, para o mundo melhor.
Veja o discurso de Deng quando de sua indicação para o prêmio:
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