O mundo devia prestar mais atenção em Questlove, o DJ do Oscar 2021

Enviado por / FontePor Liv Brandão, de Splash

Se você assistiu ao Oscar 2021 no último domingo, deve ter reparado no único momento, digamos, animado da cerimônia. Foi quando o comediante Lil Rel Howery flanou por entre as mesas perguntando aos convidados se a música que estava tocando havia sido indicada ao prêmio ou não.

Todo mundo reparou na boa memória (e no rebolado) de Glenn Close, ok. Mas o DJ (e diretor musical) que acompanhava Lil Rel e estava fazendo as honras também merece sua atenção, e Splash te conta o porquê.

Senhoras e senhores, este é Questlove

Questlove (Foto: Jason Mendez/Getty Images)

Na verdade, ele se chama Ahmir Khalib Thompson, mas é conhecido pelo apelido. Questlove é conhecido também por ser baterista da banda The Roots, que além de álbuns históricos do hip-hop como “Things Fall Apart” (1999) e “Phrenology” (2002), acompanha o apresentador Jimmy Fallon no “Tonight Show”.

E no domingo, além de embalar o Oscar, Questlove soltou isso aqui:

“Summer of Soul (…Or, When the Revolution Could Not Be Televised)” é um documentário dirigido pelo músico sobre o Harlem Cultural Festival, o Woodstock negro. O festival também rolou em 1969, no Harlem, em Nova York, e registrou um público de 300 mil pessoas ao longo de seis fins de semana.

No line-up, estavam nomes como:

  • Sly and the Family Stone
  • Stevie Wonder
  • Nina Simone
  • B.B. King

… e muito mais gente.

Dá pra acreditar que essas imagens estiveram inéditas esse tempo todo?

Se considerarmos o apagamento cultural dos negros, infelizmente dá. As filmagens profissionais, feitas com múltiplas câmeras, ficaram perdidas num porão até chegarem às mãos do músico, que sequer havia ouvido falar do evento.

Falei para os produtores: ‘vocês estão tentando me dizer que há um show gravado com Stevie, Sly, Nina, BB King e cerca de 20 outros artistas notáveis, e eu não sei nada sobre isso? Nunca ouvi um pio sobre isso, e meu ego ficou ferido, eu sempre sei sobre essas coisas.
Questlove

Foi aí que ele resolveu fazer o filme, que marca a estreia de Questlove na direção. Pelo documentário, que estreia em 2 de julho no Hulu (ou seja, sem previsão para o Brasil), ele venceu o grande prêmio do júri e do público no festival de Sundance.

Mas isso não é tudo (e olha que já é muita coisa).

Questlove é o tipo do artista que não para quieto. O músico já anunciou que vai dirigir um documentário sobre Sly Stone, o líder do grupo Sly and the Family Stone, um dos maiores nomes do funk e do soul psicodélico.

Paralelamente, ele, que é o que pode se chamar de “nerd musical”, está escrevendo mais um livro, “Music is History”. Prevista para outubro de 2021, a obra vai explorar a música popular dos EUA dos últimos 50 anos sob a perspectiva histórica do país.

Como se não bastasse, Questlove, que acabou de completar 50 anos, vira e mexe faz lives discotecando o melhor da música negra ou não —e sempre tem muita música brasileira—, no canal do Roots no YouTube. É um alento para esses tempos e vale a pena acompanhar, como tudo o que Questlove faz.

 

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