Por volta da década de 1840 a maioria das nações européias e americanas havia reconhecido oficialmente a bárbara natureza do tráfico de escravos e assinou tratados de apoio à sua eliminação. No entanto os incentivos econômicos que criavam e mantinham o tráfico não terminaram e, na verdade, aumentaram significativamente. Durante os próximos cinquenta anos, a cada ano milhares de africanos continuaram a ser raptados e traficados para as Américas.
Até os anos 50 a Marinha Real Britânica operou virtualmente sozinha para interditar os navios negreiros e deter o fluxo de carga humana. Apesar de seus esforços, os africanos continuavam a ser raptados e contrabandeados em número cada vez maior a fim de satisfazer uma necessidade, aparentemente insaciável, de trabalhadores para a economia agrícola das Américas e de outras regiões. A grande maioria era direcionada para o Brasil e Cuba, onde os engenhos de açúcar prosperavam, mas muitos africanos ainda continuavam sendo traficados para os estados americanos do sul através do Texas, Louisiana e Flórida. Muitos ex-traficantes americanos direcionavam suas embarcações a Cuba e continuavam a operar sob a proteção do regime espanhol. Coincidentemente, naquela época, a Espanha suprimiu as restrições legais ao comércio estrangeiro e um grande número de empresários catalães passou a participar do lucrativo tráfico de escravos ou a abrir engenhos de açúcar ou destilarias de rum, especialmente em Cuba. Criaram-se enormes fortunas e títulos de nobreza foram comprados por aquelas famílias, ainda hoje algumas das mais ricas do mundo.
Abolicionistas nos Estados Unidos, Espanha, Grã-Bretanha e outros países começavam a exercer impacto sobre a política de repressão ao tráfico de seus governos, até então muito lenientes ou não existentes. Embora chamado de volta após alguns anos, devido a suas posturas impopulares, o intendente espanhol, funcionário administrativo subordinado ao monarca, que exercia suas atividades em Havana no início da década de 1840, praticava uma política de estrita adesão às determinações dos tratados. Seis embarcações da marinha americana juntaram-se à marinha britânica ao largo da costa da África. Embora ainda se recusassem a permitir que estrangeiros abordassem navios que navegavam sob a bandeira americana, os Estados Unidos e outros países começaram a participar de tribunais internacionais com a finalidade de julgar casos de tráfico. A Espanha finalmente começou a pressionar suas colônias para que implantassem um sistema de trabalho substituto e outros países europeus seguiram seu exemplo. Portugal, o primeiro país a participar do tráfico de escravos, foi o último país a assinar tratados relativos ao tráfico e o último a reforçar ativamente a proibição.
Por volta da década de 1860 tornava-se cada vez mais arriscado e menos lucrativo, para os donos dos navios, participar do tráfico de escravos. Com a abolição da escravidão nos Estados Unidos, após o final da Guerra Civil, sobraram poucos mercados viáveis. Pela primeira vez um capitão americano foi a julgamento e condenado por um crime de morte relacionado com o tráfico. O último navio negreiro foi interceptado pela Marinha Real em 1871.
Lista de navios negreiros
• Adelaide, navio negreiro francês, naufragou em 1714, perto de cuba.slave ship, sank 1714 near Cuba.
• Aurore, juntamente com o Duc du Maine, os primeiros navios negreiros franceses que levaram os primeiros escravos à Louisiana.
• La Amistad, navio cargueiro que algumas vezes transportava escravos.
• Braunfisch, um navio negreiro de Brandenburgo, naufragado em 1688, durante uma revolta.
• Brookes, que navegava na década de 1780.
• Clotilde, queimado e naufragado em Mobile, Estados Unidos, no outono de 1859.
• Cora, capturado pelo navio USS Constellation em 1860.
• Fredensbord, navio negreiro dinamarquês, naufragou em 1768 ao largo de Tromøy, na Noruega, após uma viagem em que transportou escravos. Leif Svalesen escreveu um livro sobre o evento.
• Gorch Fock, navio de grande porte, que fez inúmeras viagens em direção à Flórida e Louisiana.
• Henrietta Marie. Naufragou em 1701 ao largo de Key West, Flórida.
• Hope
• Jesus of Lubeck. Embarcação de 700 toneladas, usada na segunda viagem do pirata John Hawkins para transportar 400 africanos capturados, em 1564. A rainha Elizabeth I foi sua sócia e alugou-lhe a embarcação.
• Kron Printzen, navio negreiro dinamarquês, naufragou em 1706 com 820 escravos a bordo.
• Le Concord. Navio negreiro que foi transformado em navio de piratas, também conhecido como Queen Anne´s Revenge. Naufragou em 1717.
• Lord Ligonier. Ver Roots: The Saga of an American Family, de autoria de Alex Haley.
• Madre de Deus. Em 1567 John Hawkins capturou esta embarcação e transportou 400 africanos.
• Margaret Scott, confiscado e naufragado em 1862.
• Pons, embarcação americana, capturada pelo navio USS Yorktown em 1O de dezembro de1845, com 850-900 escravos.
• Salamander, navio negreiro de Brandenburgo.
• Tecora, navio negreiro português, transportou os escravos que mais tarde se revoltariam a bordo de La Amistad.
• Triton, capturado pelo navio USS Constellation em 1861.
• Trouvadore, naufragado em Turks e Caicos em 1841. 193 escravos sobreviveram. Em 2004 iniciou-se um projeto para localizar o navio.
• Wanderer, o último navio negreiro em direção aos Estados Unidos (novembro de 1858), até se ter notícias do Clotilde.
• Wildfire, embarcação detida no litoral da Flórida pela Marinha dos Estados Unidos em 1860, transportando 450 escravos.
• Whydah Gally, navio negreiro transformado em navio pirata, naufragou em 1717.
• Zong, navio negreiro britânico, famoso pelo massacre ocorrido a bordo em 1781.
Fonte: Wikipedia, the free enciclopedia
Fonte: Ocean Explorer, 8 de julho – 22 de julho de 2006
Toni L. Carrell, Ph.D.
Ships of Discovery
Veronica Veerkamp
Windward Media
Fonte (textos): Ocean Explorer e Wikipedia, the free encyclopedia
Fonte (imagens): Google Images
Tradução do texto, pesquisa e seleção de imagens: Carlos Eugênio Marcondes de Moura