“O voto do jovem da classe C vai ser preponderante”

O presidente do instituto Data Popular, Renato Meirelles, repercute pesquisa “A Relação dos Jovens com a Política”, que mostra a importância do jovem da classe C nas próximas eleições. Apesar de 81% dos brasileiros entre 18 e 30 anos considerar a política um assunto importante, só 32% afirmam entender de política. “É como se a política fosse analógica e o jovem fosse digital”, avalia Meirelles em entrevista a Sonia Racy, do Estadão

Sete em cada dez brasileiros entre 18 e 30 anos acreditam que seu voto pode mudar o País. A informação foi revelada pelo presidente do instituto de pesquisas Data Popular, o publicitário Renato Meirelles, ao blog de Sonia Racy, do Estadão. O dado faz parte da pesquisa “A Relação dos Jovens com a Política”, que mostra ainda que 58% dos jovens acham que o Brasil seria melhor sem partidos. “O voto do jovem da classe C vai ser preponderante (nas próximas eleições). Dos jovens no Brasil, 81% consideram a política um assunto importante, mas só 32% afirmam entender de política. Isso tem a ver com vocabulário, com linguagem, com a dificuldade que a política tradicional – esquerda e direita – tem em ouvir. É como se a política fosse analógica e o jovem fosse digital”, avalia Meirelles.

“Como o jovem entende o debate eleitoral? Mais do mesmo. Ele quer outra forma de fazer política. Isso tem a ver com o papel da Internet, que muda o jogo. Não adianta (o candidato) reproduzir na internet só o que sai na televisão. A televisão tem a função do recall, a internet tem a função de criar defensores da candidatura”. O presidente do Data Popular avalia que quem mais sofreu com as manifestações dos jovens brasileiros em junho foram os prefeitos recém-eleitos, e não a presidenta Dilma Rousseff: “Por estar na presidência, Dilma simboliza o maior político do Brasil. Parte tem a ver com a história que ela construiu em quatro anos, mas parte tem a ver por estar ocupando a presidência. E ponto”.

No campo econômico, o publicitário avalia que os mais ricos não têm a sensação de que a vida melhorou tanto quanto os mais pobres. “A renda dos 25% mais ricos cresceu 12% em dez anos, enquanto a renda dos 25% mais pobres cresceu 45%. “Esta eleição é uma eleição de economia, mais do que qualquer outra. Só que é a economia do cotidiano, que faz diferença na vida das pessoas. Estranho muito quando os economistas das campanhas falam de economia sem levar isso em consideração. Acontece dos dois lados. Quem conseguir levar para o chão a discussão da economia vai ter sucesso na conquista do eleitorado”.

Fonte: Brasil 247

Leia tambémJovens da classe C têm maior escolaridade, conexão à internet e são menos conservadores

+ sobre o tema

para lembrar

APAN participa de audiência pública para debater futuro das políticas afirmativas no audiovisual

No próximo dia 3 de setembro, quarta-feira, a Associação...

Condenação da Volks por trabalho escravo é histórica, diz procurador

A condenação da multinacional do setor automobilístico Volkswagen por...

Desigualdade de renda e taxa de desocupação caem no Brasil, diz relatório

A desigualdade de renda sofreu uma queda no Brasil...

Relator da ONU critica Brasil por devolver doméstica escravizada ao patrão

O relator especial da ONU para formas contemporâneas de...

ECA Digital

O que parecia impossível aconteceu. Nesta semana, a polarização visceral cedeu e os deputados federais deram uma pausa na defesa de seus próprios interesses...

ActionAid pauta racismo ambiental, educação e gênero na Rio Climate Action Week

A ActionAid, organização global que atua para a promoção da justiça social, racial, de gênero e climática em mais de 70 países, participará da Rio...

De cada 10 residências no país, 3 não têm esgoto ligado à rede geral

Dos cerca de 77 milhões de domicílios que o Brasil tinha em 2024, 29,5% não tinham ligação com rede geral de esgoto. Isso representa...