Manifestação ocorreu na última segunda-feira no local em que advogado sofreu a agressão, no centro de São Paulo
Do Portal Fórum
A OAB-SP fez ontem ato de desagravo ao advogado Flávio César Damasco, que foi hostilizado, algemado e levado a uma delegacia ao tentar entrar no Tribunal Regional do Trabalho, TRT da 2.ª Região, no centro de São Paulo. O caso aconteceu em 10 de novembro de 2016.
Negro, Flávio já passara pelo setor de identificação e estava esperando o elevador. Segundo seu relato, foi abordado por segurança aos gritos que disse que não poderia usar o elevador privativo. Ao ir para o outro elevador, foi questionado se era advogado e comunicado que precisava se identificar. Por achar o tratamento hostil, falou ao vigia que só se identificaria se ele pedisse com educação. Novos seguranças chegaram e ele foi retirado do local, algemado e conduzido a uma delegacia.
A denúncia do que ocorreu foi feita à OAB pelo também advogado Luís Carlos Moro, que acompanhou a cena. Segundo Moro, Damasco chegou a mostrar a sua carteira da OAB aos seguranças no momento em que estava sendo conduzido à força, mas eles não pararam.
Ouvido pelo O Estado de S.Paulo, porta-voz do TRT de São Paulo negou “qualquer prática ilícita” por parte dos seguranças. Segundo o juiz Marcos Neves Fava, assistente administrativo da presidência do TRT, a responsabilidade é de Damasco e não dos seguranças.
Para o jurista Pedro Serrano, o fato é que um advogado de 60 anos, com idade para ser pai dos seguranças, negro, foi vítima de humilhação pública, violenta e absolutamente ilícita. “A violência e a descortesia tanto contra advogados como com negros nesses ambientes forenses chega a um ponto de representar absoluta intolerância e ódio das instituições contra cidadãos, que, com seus tributos, ajudam a custear os elevados custos dessas instituições”, afirmou em sua conta no Facebook.
Assista vídeo sobre ato de desagravo transmitido pela OAB-SP