“Nunca houve um homem ou mulher, nem eu, nem Bill — ninguém mais qualificado do que Hillary Clinton para servir como presidente dos Estados Unidos.”
O presidente dos EUA, Barack Obama, não estava ali para brincadeiras. Em discurso proferido na noite de quarta-feira (27) na Convenção dos Democratas, o líder americano endossou a candidatura de Hillary Clinton e afirmou que a eleição presidencial de novembro levantou questões “fundamentais” sobre “quem somos como pessoas”.
Para defender Hillary, o tom de Obama foi o de continuidade. De acordo com o mandatário, será a candidata democrata que vai dar continuidade ao seu projeto de governo. Para isso, Obama fez questão de citar algumas de suas realizações no cargo: a redução do desemprego, a reestruturação da indústria automobilística, a reforma no sistema de saúde, o acordo nuclear com o Irã e a morte de Osama Bin Laden.
Ele também reconheceu os problemas que o país ainda enfrenta, como o endividamento da população e uma epidemia de violência armada, por exemplo. Mas Obama também declarou sua forte crença na capacidade do país em corrigir os seus problemas, mesmo que “a mudança nunca seja fácil, e nunca seja rápida”.
“A América que eu conheço é cheia de coragem e otimismo e ingenuidade”, disse Obama, criticando ainda a mensagem que veio da Convenção Republicana, sediada em Cleveland na semana passada. Foi nesse evento que Donald Trump foi escolhido como o candidato republicano à presidência.
“O que nos vimos foi uma visão profundamente pessimista de um país onde estaremos uns contra os outros, e afastados do resto do mundo. Não houve soluções sérias para os problemas atuais – apenas o sopro do ressentimento, culpabilização, raiva e ódio.”
Obama então destacou qualidades de Hillary, enfatizando não apenas sua experiência mas também sua expertise em questões envolvendo as crianças e os veteranos de guerra.
O presidente também destacou, particularmente, o comprometimento com Hillary no serviço público, tentando transformar em ativos questões que incomodam o eleitorado. “Ela sabe que cometeu erros, como eu cometi, como todos nós cometemos. É isso que acontece quando tentamos”.
E por fim, chegou a hora de falar de Trump, que já havia sido assunto na convenção… “Ele não é realmente um cara de fazer planos”, ironizou. Ele também questionou as habilidades do candidato republicano em proteger os EUA de ameaças
“Ele se denomina um homem de negócios, o que é verdade, mas eu tenho que dizer que conheço muitos empresários que já alcançaram o sucesso sem deixar um rastro de ações judiciais, trabalhadores não remunerados e pessoas que se sentem enganadas”.
Depois da ironia, foi hora de falar sério, e dizer que o histórico de negócios de Trump é uma prova de que ele não iria proteger os interesses econômicos dos americanos. “Alguém realmente acredita que um cara que passou os últimos 70 anos nesse mundo mostrando nenhuma preocupação com o trabalhador, de repente, vai virar o seu campeão? A sua voz?”
E o melhor ainda estava por vir. A parte mais emocionante do discurso do presidente foi quando, depois de citar Trump como alguém que não acredita na América, ele reforçou sua própria convicção de que a democracia pode funcionar e que, se tiverem a chance, os democratas farão as escolhas certas para o país.
“Isso é a América. Esses laços de afeto, essa crença comum. Nós não tememos o futuro, nós o moldamos, o abraçamos, coom um povo, mais fortes juntos do que sozinhos”.