O crescimento do número de casos de violência contra a mulher se destacou no balanço realizado pelo Observatório da Discriminação Racial, Violência contra a Mulher e LGBT que funcionou durante todo o período de Carnaval de Salvador. Os últimos dados divulgados pela Secretaria Municipal da Reparação (Semur) mostram que do total 459 casos registrados pelo Observatório, a maioria (288) ainda é relativa ao racismo. Mas os atos de violência contra a mulher tiveram um aumento significativo, passando de 91 para 153 ocorrências. Foram ainda notificados 18 casos de homofobia.
O Observatório funcionou com seis postos montados nos três circuitos da festa, localizados no Cruzeiro de São Francisco, Ladeira de São Bento, Largo dos Aflitos, Estação da Lapa, além de outras duas unidades instaladas em Ondina (camarote da UFBA e Instituto Social/Isba). No geral, o número de registros passou de 350, em 2011, para quase 460, em 2012.
Segundo o secretário Municipal da Reparação, Ailton Ferreira, não só cresceu o número de casos de violência contra a mulher como a piorou a natureza desses atos. “O tipo de atitude machista chamou a atenção de todos os órgãos envolvidos no trabalho do Observatório. Foram muitos casos de homens que tentavam agarrar mulheres à força. Alguns chegaram à agressão por não aceitarem as investidas”, conta o secretário.
Agora, o resultado do trabalho no Carnaval servirá como base para as políticas e ações a serem desenvolvidas pela Semur e instituições parceiras, como a Superintendência de Políticas para a Mulher,o Ministério Público, a Defensoria Pública, Secretaria de Segurança Pública do Estado e o Unicef.
Ailton Ferreira destaca que o principal papel do Observatório é mudar a consciência das pessoas. “Homens que agarram mulheres à força, não fazem isso só durante o Carnaval. Eles atuam no Carnaval como fazem no resto do ano. Temos que trabalhar mudar esse tipo de atitude”, afirma o secretário.
Fonte: Tribuna Bahia