Os jornalistas Paulo Henrique Amorim, da TV Record, e Heraldo Pereira, da Globo, fizeram um acordo na Justiça para colocar fim a um processo de indenização por dano moral que tramitava desde março de 2010. Em seu blog Conversa Afiada, Amorim afirmou que Pereira era “negro de alma branca”. Também disse que o jornalista da Globo era funcionário de Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, e “apenas faria um bico na emissora de televisão”. As informações são do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.
COMO SERÁ
Após a publicação do texto, Pereira entrou na Justiça, pedindo indenização por dano moral. O acordo foi feito no dia 15. Amorim terá de pagar R$ 30 mil em seis parcelas. O dinheiro será doado a uma instituição de caridade escolhida por Pereira. Além disso, o jornalista da Record terá de publicar um texto intitulado “Retratação de Paulo Henrique Amorim concernente à ação 2010.01 1.043464-9” nas editorias de Economia, Variedades ou Política dos jornais Folha de S. Paulo e Correio Braziliense.
O texto terá de dizer que Pereira “não faz bico na Globo, mas é empregado de destaque da Rede Globo” e “a expressão ‘negro de alma branca’ foi dita num momento de infelicidade, do qual se retrata, e não quis ofender a moral de Heraldo Pereira ou atingir a conotação de ‘racismo’.” O jornalista da Record também terá de tirar de seu blog reportagens que citam Pereira, publicar a retratação por dez dias e enviar o texto “para os links associados, pelo prazo de 21 meses”.
Procurado, Amorim disse que Pereira afirmou no acordo que ele não é racista e “concordou em fazer uma série de generosidades, entre elas uma doação”. “O cerne da questão é quanto ao emprego ‘negro de alma branca’, e ele (Pereira) afirmou lá que não tem conotação racista. Não fui eu quem disse, foi ele”. No blog, Amorim publicou um texto em que reitera que “não foi condenado pelo crime de racismo ou dano moral como pleiteado por Heraldo Pereira de Carvalho no montante de R$ 300 mil” e, por conta da conciliação, doará 10% do montante inicialmente pedido. Pereira não foi encontrado para comentar o assunto.
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Fonte: Diário do Pará