Por: CELSO PAIVA
Quando a Seleção Brasileira feminina de vôlei entrou em quadra para enfrentar os Estados Unidos, nesta segunda-feira, já sabia que do outro lado da quadra teria uma jogadora que conhece muito bem grande parte do elenco atual comandado por José Roberto Guimarães. Maior pontuadora da final da última Superliga feminina, atuando pelo Sollys Osasco, a oposto Destinee Hooker fez valer o seu papel de “espiã”, soube como passar pelo sistema defensivo do Brasil e foi decisiva na vitória por 3 sets a 1.
Com 25 pontos, a americana destroçou a recepção brasileira, principalmente no segundo set, e parecia não ver barreiras pela frente. Além de ir bem no ataque, a jogadora teve uma atuação de se reverenciar no bloqueio, neutralizando várias investidas da Seleção durante toda a partida.
“A Hooker para mim fez a diferença do jogo, com 25 pontos. A gente não conseguiu pará-la em momento nenhum, principalmente nos contra-ataques. A gente conseguia um ponto, dois pontos, aí já vinha a Berg (levantadora) e jogava para ela e a sequência já era quebrada ali”, disse Zé Roberto.
“Ela é uma atacante sensacional, é difícil de pará-la. Ela é uma jogadora excepcional, você monta um esquema, ela muda um pouquinho, consegue sair para o corredor, bate uma bola um pouco mais longo. É a jogadora do desafogo. Hoje é a melhor atacante do mundo”.
Companheira recente de algumas jogadoras do time brasileiro, como as centrais Adenízia e Thaisa e a oposto Tandara, Hooker disse que os Jogos Olímpicos de Londres estão sendo bons para matar a saudade das amigas que fez no Brasil. “Eu já tinha encontrado com as meninas e me tocou o coração ver as jogadoras do Osasco, como a Thais e a Adenízia. Foi um reencontro muito bom”.
A americana disse que o tempo no Brasil a fez evoluir em algumas coisas. “Aprendi muito no Brasil. O Luizomar (de Moura) é um excelente treinador e tive bons ensinamentos com ele. Mas sei que os jogos com o Brasil são uma batalha e que em um próximo duelo, elas vão arranjar um jeito de me pegar”, afirmou Hooker.
Zé Roberto não crê que a americana teve extrema facilidade no duelo desta segunda-feira por conta de conhecer as atletas brasileiras. Para o treinador da Seleção, a americana já vinha complicando a vida de todos os rivais, inclusive do Brasil, antes mesmo desta temporada em que disputou a Superliga. “Ela sempre foi uma das três melhores atacantes do mundo. Não foi a Superliga que fez ela atingir isso. Sempre foi MVP”.
Já a central Danielle Scott, que já jogou vários anos no Brasil e disputou as últimas três temporadas pelo BMG/São Bernardo, acredita no contrário. “O fato de termos algumas jogadoras que atuaram na Superliga, como é o caso da Hooker, nos ajuda sim quando enfrentamos o time brasileiro por já conhecermos bem como as jogadoras adversárias atuam”.
Fonte: Terra